O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, chegaram ontem a Hanói, capital do Vietname, para a segunda cimeira sobre a desnuclearização da Coreia do Norte. “Acabei de chegar ao Vietname”, afirmou Trump no Twitter, pouco depois de o Air Force One ter aterrado no aeroporto de Noi Bai. “Obrigado a todas as pessoas pela excelente receção em Hanói. Excelentes multidões e muito amor”, acrescentou.
Pouco antes tinha sido a vez de Kim Jong-un pisar solo vietnamita pela primeira vez como chefe de Estado. Chegou ao Vietname no seu comboio blindado, depois de uma viagem de três dias em que percorreu mais de três mil quilómetros, e fez a última parte do trajeto num carro blindado.
Amanhã, os dois líderes vão encontrar-se cara a cara, seguindo depois para um almoço em que cada um estará acompanhado de dois convidados e um intérprete. Na quinta-feira acertarão os pormenores finais da declaração conjunta que será assinada e divulgada ao mundo.
É a segunda vez que os dois líderes se encontram pessoalmente, depois da histórica cimeira em Singapura, no ano passado. Há oito meses que as negociações entre Washington e Pyongyang estão num impasse, derivado das distintas leituras que cada lado faz da declaração conjunta divulgada em Singapura. A ambiguidade desse texto final é encarado como o grande responsável pelo impasse.
A Coreia do Norte diz que se comprometeu a desnuclearizar totalmente, mas apenas depois de os Estados Unidos levantarem as sanções que têm fragilizado a economia norte-coreana. Já Washington garante que Pyongyang se comprometeu a avançar com a desnuclearização sem condições prévias, sendo que as sanções serão levantadas apenas depois de o regime norte-coreano mostrar vontade em seguir a via da desnuclearização.
É precisamente este impasse que esta segunda cimeira pretende desbloquear. Trump já afirmou que espera que o encontro produza um roteiro com passos concretos para a desnuclearização, garantindo que a retirada das forças norte-americanas da Coreia do Sul – uma das exigências de Pyongyang – está fora de questão. Já Kim Jong-un deseja que as sanções sejam levantadas para que o regime possa, por exemplo, reabrir o complexo industrial de Kaesong, uma parceria com a Coreia do Sul. Alguns conselheiros de Trump temem que o presidente conceda demasiado para apresentar a cimeira como uma vitória.