A Decathlon deixou de vender em França a sua linha de hijabes desportivos – feitos de nylon, para permitir a mulheres muçulmanas cobrir o seu cabelo enquanto correm. O produto gerou controvérsia nas redes sociais e entre políticos, num país que proíbe funcionárias públicas de usar o véu em funções, e em que demonstrações públicas de fé são vistas como um ataque aos princípios do secularismo.
"O Decathlon renegou os valores da nossa civilização no altar do mercado e do marketing", acusou no Twitter Lydia Guirous, a porta-voz do partido conservador Les Republicains. Até o ministro das Finanças francês, Gerald Darmanin, lançou farpas à empresa, dizendo "valorizar mais a liberdade das mulheres do que a liberdade comercial". O ministro da Justiça francês, Nicole Belloubet, teve de vir clarificar que não há nenhuma objeção legal a vender hijabes desportivos, lamentando que "o debate sobre o assunto se tenha tornado histérico".
Depois de todas as críticas virulentas, a Decathlon anunciou ter suspendido as vendas do produto, mencionando preocupação com a segurança dos seus funcionários, que diz terem sido insultados e ameaçados nas redes sociais.