A injeção de capital que terá de ser feita no Novo Banco não terá consequências nos objetivos definidos para este ano.
Segundo o ministério das Finanças, em declarações à agência Lusa, o Fundo de Resolução irá injetar um valor inferior aos 1.149 milhões de euros pedidos pelo banco e recorda que este valor precisa ainda de ser validod pela Comissão de Acompanhamento e pelo Agente de Verificação.
Seja qual for a decisão, não terá qualquer implicação na revisão dos objetivos definidos para 2019. Certezas que são deixadas pelas Finanças, uma vez que a melhoria do défice em 2018 terá efeitos positivos no défice deste ano e que a recuperação das garantias dadas ao Banco Privado Português corresponderam a um total de 200 milhões de euros.
Na passada sexta-feira, o Novo Banco apresentou prejuízos referentes ao ano de 2018, de 1.412 milhões de euros. Este foi o quinto ano consecutivo desde que foi criado, em 2014. No mesmo dia, o banco informou que iria pedir ao Fundo de Resolução mais de 1.140 milhões de euros, ao abrigo do mecanismo negociado na hora da venda ao fundo Lone Star.
Mário Centeno, ministro das Finanças, já tinha afirmado que esta injeção estaria incluída no défice para 2019, mas num total de 400 milhões de euros. Este correspondia a um encargo de 0,19%do PIB em 2019. O valor agora pedido pelo Novo Banco é bastante superior e corresponde a um encargo de 0,55% do PIB.
A injeção de capital está a cargo do Fundo de Resolução bancário, que se encontra na esfera do Estado. No entanto, uma vez que este não tem a totalidade do valor necessário, deverá recorrer a um empréstimo do Tesouro. Este ano, o Estado poderá apenas emprestar 850 milhões de euros a este Fundo.
A injeção de capital já não é novidade para o Novo Banco. O ano passado, o total injetado foi de 792 milhões de euros, em que 430 milhões terão sido emprestados pelo Tesouro.