O hacker Rui Pinto já reagiu à decisão do tribunal de Budapeste, que ordenou a sua extradição para Portugal, esta terça-feira.
"Não me arrependo de nada. Fazia tudo o que fiz", afirmou Rui Pinto, acrescentando que "Portugal está podre".
"A minha prioridade é colaborar com a justiça francesa, que foi a que me mostrou mais garantias. Portugal nunca quis saber de mim. Portugal agora quer pôr a minha cabeça a prémio, quer mostrar-me como um troféu, quer tratar-me como um Bin Laden. Foi essa a perceção que tive da conferência de imprensa de Carlos Cabreiro", disse.
Para Rui Pinto, o futebol português “não vai mudar”. “Em Portugal não há cultura do desporto, há cultura clubística. Portugal está podre. Vejo os outros países motivados a lutar contra a corrupção no futebol, mas Portugal não. Isso do caso dos emails é uma treta", sublinhou
O pirata informático revelou ainda que vai apresentar recurso da extradição, e que agora vai passar “umas noites numa prisão húngara” a aguardar pela nova decisão.
O tribunal metropolitano de Budapeste decidiu extraditar para Portugal, o chamado hacker do Benfica, que se o recurso for rejeitado, deverá ser imediatamente detido quando chegar a solo português, onde responderá perante a justiça por seis crimes, que contudo não estão relacionados com o clube da Luz.
Recorde-se que Rui Pinto é acusado na justiça portuguesa de seis crimes, sendo que nenhum deles está relacionado com o Benfica. Os crimes estão antes relacionados com o Sporting, que terá sido uma das vítimas de acesso ilegítimo à correspondência eletrónica.
Desde 18 de janeiro, que Rui Pinto está em prisão domiciliária na capital húngara, tendo sido detido dois dias antes, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas. Em causa estavam "tentativa de extorsão, acesso ilegítimo e exfiltração de dados de algumas instituições, inclusive do próprio Estado".