A juíza, responsável pela decisão da extradição ou não de Rui Pinto, parece ter ignorado os apelos do hacker português, que será extraditado para Portugal. A decisão foi tomada pelo Tribunal Metropolitano de Budapeste, esta terça-feira, numa audiência pública.
Assim, o chamado hacker do Benfica, deverá ser imediatamente detido quando chegar a solo português, onde responderá perante a justiça por seis crimes, que contudo não estão relacionados com o clube da Luz.
Na sessão desta manhã, ainda antes de conhecida a decisão, Rui Pinto pediu para não ser extraditado. "É uma questão de vida ou morte. Peço que não me envie para Portugal", apelou.
O pirata informático voltou ainda a garantir que nunca recebeu qualquer valor monetário pelo acesso informático ilegítimo. "É uma máfia", reiterou, "tudo o que fiz foi pelo interesse público", acrescentou, sublinhando que colaborou com as autoridades de vários países europeus no âmbito do ‘Football Leaks’.
Rui Pinto aproveitou ainda para deixar críticas às autoridades portuguesas, que acusou de inação, por não terem investigado as diversas denúncias que fez. "Não posso nem é possível confiar nas autoridades portuguesas", sublinhou.
Recorde-se que Rui Pinto é acusado na justiça portuguesa de seis crimes, sendo que nenhum deles está relacionado com o Benfica. Os crimes estão antes relacionados com o Sporting, que terá sido uma das vítimas de acesso ilegítimo à correspondência eletrónica.
Desde 18 de janeiro, que Rui Pinto está em prisão domiciliária na capital húngara, tendo sido detido dois dias antes, na sequência de um mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas. Em causa estavam "tentativa de extorsão, acesso ilegítimo e exfiltração de dados de algumas instituições, inclusive do próprio Estado".