“Desde que engravidei até agora, tem sido uma luta”, explica Francisca, vítima de violência doméstica desde 2012 e cara da nova campanha da Altice em conjunto com a APAV, Associação Portuguesa de Apoio à Vítima.
A filha de Francisca têm agora cinco anos e é por ela que continua a lutar todos os dias. “Todas as mulheres deviam deixar de ficar à espera e continuarem a acreditar e saberem que é possível mudar e é possível continuar a viver e a ter uma vida ativa”, disse. Francisca quer ser um exemplo para todas as mulheres. “Todas as mulheres deviam dar a cara por esta causa e tornarem-se ativistas”, apelou durante a apresentação da campanha #NãoFiqueÀEspera.
Um projeto da Altice que surge na semana em que se celebra o dia da Mulher. Este pretende ser uma “forma de fazer intervenção social no país”, explicou Alexandre Fonseca, diretor executivo da empresa, que espera que todas as marcas sigam o exemplo e se associem a causas como esta. “É um número demasiado chocante para não fazermos nada”, disse.
“Há milhares de mulheres neste país que devem fazer queixa, não devem ficar à espera”, disse Francisca ainda com lágrimas nos olhos depois de ter sido apresentado o vídeo promocional desta campanha onde é uma das protagonistas ao lado de Ângela, que não esteve presente no evento de apresentação. “É preciso fazer queixa a partir do momento em que as agressões acontecem”, apelou. Também Alexandre Fonseca aproveitou a ocasião para deixar um “repto de ação e de ajuda”.
João Lázaro deixou a certeza de que, para todos estes problemas, há respostas. “O primeiro passo é quebrar o gelo”, afirmou. Para o presidente da APAV esta campanha é uma forma de apelar aos números “horrorosos” de mulheres vítimas de violência doméstica desde o início do ano. Através da parceria com a Altice, espera reforçar e renovar a mensagem de prevenção para este tipo de crime e contribuir para a sustentabilidade das associações.
Para Francisca, dar a cara por esta campanha é “um grito de revolta muito grande para que as mentalidades comecem a mudar”. A vitima de violência deixou claro que é necessário que todas as classes tenham consciência do “massacre” que acontece no país, uma vez que, como explica, é preciso que “algumas classes que estão em falta, como classes politicas, classes de magistratura, tomem as posições que deviam tomar”. “Às vezes é complicado que a mudança de mentalidades aconteça a nível jurídico e de tribunal”, confessou.
Nesta campanha, qualquer cliente da Meo poderá aderir gratuitamente a um Waiting Ring durante o mês de março onde a Francisca ou a Ângela dão o seu testemunho enquanto vítimas deste crime. O toque de espera será ouvido por quem lhe está a ligar e por cada pedido de adesão a esta serviço a Altice doará um euro à APAV. Francisca explicou que foi contactada pela agência de publicidade, Partners, e contou que aceitou logo o convite “para que todas as mulheres possam fazer o mesmo”.
“Entre os sete milhões de pessoas [clientes] estão todos aqueles que são necessários para efetivar mudança”, justificou João Epifânio, Chief Sales Officer B2C. A marca quer aproveitar o facto de ser líder e um ponto de contacto todos os dias para chegar a mais portugueses. Além dos waiting rings, durante o mês, os trabalhadores das lojas MEO vão vestir uma camisola branca com a mensagem “#NãoFiqueÀEspera – Não à Violência Doméstica” e serão também distribuídas pulseiras com a mesma mensagem.