Na terça-feira, de forma surpreendente, Joachim Low anunciou que iria deixar de convocar Mats Hummels, Jérôme Boateng e Thomas Muller para a seleção da Alemanha. Tudo com o intuito de rejuvenescer a Mannschaft, num processo a ter início já na fase de apuramento para o Euro 2020. "2019 é o ano de um novo começo para a seleção alemã. Foi importante para mim poder explicar as minhas ideias e planos aos jogadores e treinadores do Bayern Munique. Na qualificação para o Campeonato da Europa de 2020 vamos enviar, portanto, uma forte mensagem de renovação: os jovens jogadores vão ter o espaço necessário para se desenvolverem plenamente", realçou então o técnico, sendo na ocasião bastante elogiado pelo presidente da Federação alemã, Reinhard Grindel.
A medida, porém, não caiu bem no seio do clube bávaro, e particularmente junto dos jogadores. Logo no dia da revelação, Boateng manifestou-se "triste" com a decisão de Low; na quarta-feira, foi a vez de Muller e o próprio Bayern reagirem publicamente. "Quanto mais penso sobre isto, mais a maneira como tudo aconteceu me deixa irritado. A decisão repentina do selecionador, obviamente, intrigou-me. Houve falta de consideração por parte da federação e não percebo, de todo, o caráter definitivo do afastamento", disparou o avançado num vídeo publicado nas redes sociais.
Meine Meinung ⚽️ #DFB #esmuellert #Nationalmannschaft pic.twitter.com/QJuKa4QbhP
— Thomas Müller (@esmuellert_) March 6, 2019
No mesmo dia, o Bayern emitiu um comunicado onde garantiu não questionar as decisões do selecionador mas sim o momento em que o anúncio foi feito. "Irritou-nos que os jogadores e o público tenham sido informados apenas poucos dias antes de um jogo importante na luta pelo campeonato e da jornada decisiva dos oitavos-de-final [da Liga dos Campeões] contra o Liverpool. Além disso, surpreendeu-nos que isto tenha acontecido numa visita surpresa de Joachim Löw e Oliver Bierhoff [diretor desportivo da seleção alemã] à Säbener Strasse [cidade desportiva do Bayern]", pode ler-se no documento assinado pelo presidente do clube, Karl-Heinz Rummenigge e o diretor-desportivo, Hasan Salihamidzic.
Esta quinta-feira, foi a vez de Hummels dar voz à sua revolta. "Independentemente de que eu pense que é uma decisão desportiva dificilmente justificável, que é claro que eu respeito, a maneira como foi feita, para mim, é incompreensível. O Thomas, o Jérôme e eu sempre demos tudo pela seleção nacional desde há muitos anos e este procedimento para mim é injusto, por tudo o que temos feito e conseguido", escreveu o central de 30 anos nas redes sociais.
Hummels, Boateng e Muller, recorde-se, foram peças fulcrais na caminhada rumo à conquista do Mundial 2014, no Brasil. Os dois centrais somam, em conjunto, 146 jogos pela Mannschaft (70 para Hummels, com cinco golos, e 76 para Boateng, com um golo), enquanto o avançado conta com 100 internacionalizações e 38 golos com apenas 29 anos.