Segundo o magistrado judicial, Pedro Miguel Vieira, a medida de coação mais gravosa, prisão preventiva, era a única adequada aos factos indiciados em relação ao suspeito pelo uxoricídio, Manuel António Fidalgo, de 44 anos, motorista, que nega a autoria do crime.
A vítima, Ana Paula Jesus Fernandes Fidalgo, de 39 anos, tal como o marido, natural da freguesia de Cabril, Montalegre, foi esganada, tendo sido assistida logo pelos Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho e por uma médica e um enfermeiro da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Grupo de Braga do INEM, que apesar de vários esforços, não conseguiram reverter a situação calamitosa desta empresária da restauração.
O casal explorava um restaurante e uma residencial, O Refúgio do Gerês, situados na Rua Central, à face da Estrada Nacional 103, na freguesia de Salamonde, em Vieira do Minho, no distrito de Braga, tendo o marido alegado que encontrou a mulher “com um amante dentro da casa conjugal”, entrando numa discussão acalorada com a esposa e terá havido “uma troca de estaladas”, mas quando saiu de casa a mulher estaria viva e sem problemas.
Manuel António Fidalgo já tinha regressado do trabalho de motorista de uma empresa de transporte de passageiros, quando segundo diz, através do seu advogado, João Magalhães, “cruzou-se com o amante da mulher, a quem já teria pedido para afastar-se da sua esposa”.
Crime ainda não foi reconstituído
Entretanto, o crime não foi reconstituído, ao contrário daquilo que pretendia a Brigada de Homicídios da Polícia Judiciária de Braga, uma vez que o arguido não mostrou qualquer abertura nesse sentido, pois alega que tendo estado os três, ele próprio, a esposa e o seu amante, no local, não fazia qualquer sentido este último não participar na reconstituição.
Na versão do arguido, o alegado amante da vítima será um vizinho do casal, industrial de transportes falido, da freguesia de Salamonde, em Vieira do Minho, que por sua vez teria também sido traído pela sua mulher, encontrando-se divorciado e a viver nesta freguesia.
Tudo se terá precipitado quando a mulher terá afirmado que “se ele for, eu vou com ele”, referindo-se ao indivíduo mais jovem, que terá assim constituído um “triângulo amoroso” que o alegado uxoricida, Manuel António Fidalgo, não aceitava, tendo alegadamente dado “um prazo” para a mulher deixar de privar com o vizinho, que a conhecera recentemente.
Suspeito lamentou morte a O Minho
Na noite da morte, o próprio suspeito, Manuel António Fidalgo, enviou uma mensagem para o facebook do jornal digital O Minho, através do seu telemóvel, escrevendo que “um casamento a três não funciona, foi pedido para além [alguém] se afastar, não o fez, dei [deu] nisto”, uma mensagem que confirmarmos hoje oficialmente ter sido da sua autoria.