A Câmara Municipal de Braga está envolta em mais uma polémica, depois do presidente, Ricardo Rio, ter afirmado publicamente que “se pudesse, em alguns funcionários, punha pulseira eletrónica”, o que gerou um burburinho na reunião camarária, tendo o autarca já mais calmo, tentando menorizar os efeitos das suas afirmações, mas a revolta continuou.
O verniz de Ricardo Rio estalou imediatamente quando a oposição, pela voz do vereador comunista Carlos Almeida, questionou qual a razão de terem sido instalados torniquetes, nas instalações administrativas principais, da Câmara Municipal de Braga, no Edifício do Pópulo, o que na opinião do eleito do PCP “constitui uma quase vigilância policial”, que traduz “um clima de desconfiança e de controlo absoluto” aos “funcionários camarários”.
Logo de seguida, o vereador socialista Artur Feio, considerou constituírem as medidas e as consequentes afirmações do edil, Ricardo Rio, “de uma arrogância que não faz sentido algum”, salientando “revelarem um espírito ditatorial” do presidente da Câmara de Braga.
“Está a tratar os funcionários como sendo criminosos e condenados”, afirmou ainda Artur Feio, recordando “terem sido instalados mais meios de controlo, isto não se compreende”.
Ricardo Rio tenta retratar-se
Ricardo Rio, já mais calmo, tentou retratar-se, afirmando que o sentido das suas palavras, afinal seria outro, explicando aos jornalistas que “se a maioria do executivo camarário o pudesse fazia o controlo individualizado deste ou daquele colaborador”, acrescentando que “sendo uma minoria, são funcionários não zelosos nas suas responsabilidades”, por isso a “necessidade de disciplinar as suas entradas e saídas durante o horário de trabalho”.
Mas, ainda segundo Ricardo Rio, a instalação dos torniquetes também permite que “não haver acesso livre ao edifício da parte de pessoas que são alheias a serviços municipais”.