O Bloco de Esquerda repudiou esta quarta-feira as “pulseiras eletrónicas” de Ricardo Rio, o presidente da Câmara Municipal de Braga, referindo-se às polémicas afirmações feitas pelo jovem autarca social-democrata, gravadas e difundidas pelo jornal Diário do Minho.
Em comunicado emitido já esta tarde, a Comissão Coordenadora Concelhia de Braga do Bloco de Esquerda “repudia vivamente as declarações do presidente da Câmara de Braga, que afirmou publicamente na última reunião do executivo que, se pudesse, colocaria pulseiras eletrónicas em alguns funcionários camarários”.
“O Bloco de Esquerda considera que as estruturas locais e nacionais do Partido Social Democrata, devem demarcar-se destas afirmações, sob pena do seu autarca ficar tristemente conhecido como o Neto de Moura dos funcionários autárquicos, ou o André Ventura do Minho”, refere-se no mesmo comunicado assinado pela deputada municipal bracarense Alexandra Vieira.
“O Bloco de Esquerda recorda que a cruzada de Ricardo Rio contra os funcionários da autarquia não é nova, ficando bem patente na recusa da implementação das 35 horas, ou na culpabilização das varredoras pelo mau estado de limpeza das ruas da cidade, deixando bem claro que o seu sonho neoliberal de defesa do ‘estado mínimo’, não tem limites, mesmo que se vire contra si próprio e contra a gestão que lidera”, acrescenta a estrutura concelhia bracarense dos bloquistas.
“Afinal, perguntamos, com tanta necessidade de controlo dos funcionários, qual o papel das chefias intermédias, nomeadas pelo seu executivo”, questiona o Bloco de Esquerda, salientando “sabermos bem que, se Ricardo Rio pudesse, mandava embora grande parte dos funcionários para a rua e contratualizava com terceiros, todos os serviços possíveis, uma vez que a sua noção de serviço público é nula, assim como nula é a noção de trabalho com direitos, tal como ficou uma vez mais demonstrada nesta infeliz demonstração do seu preconceito de classe”.
“Ao invés, o Bloco de Esquerda mostra-se solidário para com os funcionários da autarquia e exorta-os a continuarem a desempenhar o seu trabalho com zelo, pois é os munícipes que servem e não um presidente sem o mínimo de sentido institucional, como mais uma vez ficou provado”, salienta o mesmo comunicado.