O grupo José de Mello Saúde vai continuar a fazer parte da rede de convencionados da ADSE. Uma nota interna revela que a empresa decidiu interromper a suspensão da convenção com a ADSE – Instituto Público de Gestão Participada, comunicada no passado dia 11 de fevereiro.
Recorde-se que o grupo tinha anunciado a suspensão das convenções com efeito a 12 de abril e essa é, aliás, a informação que se mantém por esta hora no site da rede de hospitais CUF.
De acordo com a nota interna a que o i e o SOL tiveram acesso, a decisão de manter as convenções surge depois de terem sido iniciadas, nas últimas semanas, conversações com a ADSE com vista a superar as dificuldades enumeradas no comunicado interno da José de Mello Saúde de 11 de fevereiro. Em causa estavam, na altura, três pontos: a exigência de regularizações retroativas da faturação apresentada pelos privados à ADSE, prazos de pagamento que o grupo não considerava razoáveis e por último as tabelas de preços que o instituto público pretendia implementar. A JMS dizia então que estava de acordo com o princípio de haver uma margem de comercialização máxima nos valores que os hospitais podem cobrar à ADSE, mas considerava que as tabelas em causa estavam "totalmente desajustadas do real custo dos atos médicos."
"Apesar das diferenças que ainda separam ambas as entidades, a José de Mello Saúde reconhece o empenho que o Conselho Directivo da ADSE e as suas tutelas têm colocado no progresso destas conversações. A José de Mello Saúde tem colaborado ativamente na construção dos critérios que permitam funcionar num regime de equilíbrio e previsibilidade até à introdução de uma nova tabela", refere ainda o comunicado interno do grupo, que informa que, na sequência desta decisão, "foi retomada a normal execução da convenção em todas as unidades de saúde da rede CUF, significando, na prática, que os beneficiários da ADSE poderão voltar a fazer marcações e utilizar os serviços destas unidades, para além do dia 12 de abril, ao abrigo do regime convencionado."
O grupo revela ainda que a ADSE "confirmou que irá apresentar, ainda durante o mês de março, uma proposta de nova tabela para entrar em vigor até ao final de junho, removendo a imprevisibilidade e eliminando a regra das regularizações", dizendo estar na expectativa de que esta nova tabela "tenha em consideração a sustentabilidade de todas as partes e contemple a futura correção monetária pela inflação que se vier justificar."
"A não denúncia das convenções nesta data assenta na fundada expectativa de que a nova tabela entreem vigor no curto prazo", conclui o comunicado, assinado por Salvador de Mello, presidente do conselho de administração da José de Mello Saúde.