Este sábado, uma aeronave ultraligeira despenhou-se na zona de Varge, em Bragança, e provocou a morte aos dois ocupantes – um jovem piloto da TAP e um conhecido empresário de Bragança, também piloto.
Adquirida em janeiro deste ano – por 55 mil euros pelo Aeroclube de Bragança -, a aeronave “ULM Sport Cruiser” perdeu uma asa durante o voo e, de acordo com várias testemunhas, o aparelho acabou por explodir e cair. No entanto, o comandante dos Bombeiros de Bragança desmentiu a informação de que teria havido uma explosão e que caberá agora às autoridades apurar as causas do acidente.
Em comunicado, o Aeroclube de Bragança lamentou a morte dos dois pilotos e garantiu ainda que “a aeronave estava em perfeitas condições”.
Os destroços da avioneta ficaram espalhados num descampado localizado a cerca de cinco quilómetros do aeródromo municipal de Bragança, de onde foi feita a descolagem cerca de meia hora antes. Durante a manhã de ontem, o que restou da aeronave foi removido e, a entidade proprietária do aparelho, fez saber que os destroços serão transportados para as instalações do Gabinete de Prevenção e de Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), localizado em Viseu.
Ao longo de toda a manhã, peritos daquele gabinete estiveram no local onde a aeronave caiu para recolher indícios que ajudem a compreender as causas do acidente, depois da intervenção dos Bombeiros Voluntários de Bragança e de militares da GNR de Bragança.
Outros casos
Este acidente não é caso isolado e, só no ano passado registaram-se três acidentes com aeronaves em território nacional. No final de 2018, a 15 de dezembro, um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) caiu na zona de Valongo, distrito do Porto, e causou a morte aos quatro ocupantes. Na altura, as questões de visibilidade, de segurança e de capacidade de resposta foram analisadas, mas o relatório final ainda não foi divulgado. Recorde-se que foram precisas cerca de sete horas para localizar os destroços do helicóptero do INEM e duas horas para que uma equipa fosse mobilizada até ao local.
Em Ponte de Sor, Portalegre, também a queda de um avião ligeiro de instrução provocou a morte ao piloto que dirigia o aparelho – um paquistanês de 20 anos. Mais a sul, em Portimão, um homem de 49 anos morreu na sequência da queda de um paramotor.
Em 2017 registaram-se mais casos – um total de cinco. Um dos acidentes mais mediáticos aconteceu na Costa da Caparica, em Almada, quando um piloto foi obrigado a fazer uma aterragem de emergência em plena praia – e em época balnear -, provocando a morte a um homem e uma criança – ambos atingidos pela aeronave. Também o ano de 2015 ficou marcado por este tipo de acidentes – foram cerca de 13 – e em todos se registaram vítimas mortais.