Um homem, de 72 anos, começa a ser julgado esta semana em Vila Nova de Gaia por 857 crimes de abuso sexual de crianças agravado. Os crimes foram cometidos contra as próprias netas e contaram com o silêncio das mães das menores, filhas do acusado.
Uma das vítimas começou a ser abusada sexualmente aos seis anos, e continuou a sê-lo até completar 14 anos em 2015. Ao todo, o avô atacou esta neta pelo menos 832 vezes.
Uma das filhas do arguido, segundo o Correio da Manhã, chegou a surpreender o pai em flagrante abuso sexual da neta, sua filha.
A mulher falou com a irmã, mãe das outras duas crianças, que também foram atacadas, e juntas confrontaram as três menores, que acabaram por admitir que eram vítimas do avô.
As menores revelaram ainda que o homem comprava o silêncio das netas pagando-lhes entre cinco e dez euros.
As filhas do arguido, mães das vítimas, contudo, não apresentaram queixa contra o pai, pois segundo as próprias não o queriam prejudicar. Sublinhe-se que uma delas dependia economicamente do progenitor, adiantou o mesmo jornal.
O caso só chegou às autoridades em 2017, quando uma professora do centro de estudos que as três vítimas frequentavam denunciou os abusos à GNR. A docente ouviu as menores, na altura já com 13, 14 e 16 anos, falarem entre si dos abusos sexuais do avô e decidiu confrontar as mães, tendo-lhes dado um prazo de duas semanas para apresentarem queixa contra o pai.
As duas mulheres não só não contactaram as autoridades como resolveram tirar as filhas do centro de estudos.
A professora denunciou o caso às autoridades, que confrontaram as duas mães, que acabaram por confessar o conhecimento dos abusos cometidos entre 2007 e 2017. Uma das mulheres revelou ter sido também ela, quando era criança, molestada pelo pai, justificando assim a sua inação perante os abusos às menores
O arguido nega qualquer das centenas de crimes de que está acusado.