O antigo Presidente do Brasil, Michel Temer, foi detido, esta quinta-feira, em São Paulo, no âmbito da operação Lava Jato.
Desde quarta-feira que a Polícia Federal estava a tentar localizar Michel Temer, que subiu à presidência em 2016 na sequência do impeachment que afastou Dilma Rousseff do cargo.
As autoridades estão também a tentar cumprir mandados contra o ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, o coronel João Batista Lima Filho e mais cinco pessoas, entre elas empresários, escreve a Globo.
Michel Temer detido em São Paulo deverá ser levado para o Aeroporto de Guarulhos, onde vai embarcar num voo para o Rio de Janeiro num avião da Polícia Federal.
Na base da detenção de Michel Temer está o depoimento do empresário José Antunes Sobrinho, dono da empreiteira Engevix, que diz ter pago 1 milhão de reais, mais de 230 mil euros, a pedido do coronel João Baptista Lima Filho, homem de confiança de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do, na altura, Presidente do Brasil.
De acordo com a operação Lava Jato, que tornou público um escândalo de corrupção no qual estão envolvidos altas figuras do Brasil, que investiga também peculato e lavagem de dinheiro, foram feitos vários pagamentos ilícitos para um grupo restrito de pessoas que seria liderado por Michel Temer, segundo a Globo.
No total, o ex-chefe de Estado responde a dez inquéritos, cinco dos quais foram abertos pelo Supremo Tribunal do Brasil ainda quando Temer ocupava a cadeira da Presidência. Quando abandonou o cargo, os casos foram encaminhados para a primeira instância.
Os restantes cinco foram autorizados este ano pelo ministro do STF, Luis Roberto Barroso, quando Temer já não gozava de imunidade decorrente do seu cargo político, tendo deixado a presidência há menos de três meses com a eleição de Jair bolsonaro.
Sublinhe-se que Michel Temer, o 37.º Presidente do Brasil, é o segundo homem a ocupar a cadeira política mais alta do país e a ser preso. Lula da Silva foi o primeiro.