O Pingo Doce, do grupo Jerónimo Martins, reagiu esta sexta-feira às acusações da Autoridade da Concorrência (AdC) deixando claro que “repudia” as mesmas.
Fonte oficial do Pingo Doce, citada pela agência Lusa, avançou que o grupo irá “analisar” os termos na notificação da Adc e "usar do direito de resposta, a seu tempo".
"Desde já, queremos salientar que repudiamos a acusação que nos é dirigida, na medida em que trabalhamos diariamente para levar até aos consumidores portugueses as melhores oportunidades de preço e promoções, e os maiores descontos", refere a mesma fonte, em declarações à agência Lusa.
"No geral, os consumidores portugueses são muito inteligentes nas suas estratégias de compra, muito sensíveis ao preço e compreendem com muita facilidade as mecânicas promocionais exatamente pelo elevado nível de concorrência que caracteriza o setor do retalho alimentar em Portugal", acrescenta.
Auchan confirma notificação e ameaça contestar
Também o grupo Auchan, dono da marca Jumbo, confirma que foi notificado das notas de ilicitude e garante que vai contestar. "As nossas práticas não configuram os actos ilicitos imputados. São assegurados internamente todos os processos de controlo a fim de evitar qualquer tipo de prática deste tipo, mesmo que negligente", diz fonte oficial Auchan Retail Portugal.
Modelo Continente "censura" acusações
A Modelo Continente, do grupo Sonae, reagiu às acusações da AdC e garante que não "abdicará de salvaguardar" os seus direitos.
"Não podemos deixar de censurar esta comunicação, que não salvaguarda o direito de defesa e representa uma restrição ao direito ao bom nome e à reputação da sociedade. As notas de ilicitude não representam o resultado final da investigação, mas sim uma fase provisória e que está ainda sujeita ao exercício do direito de defesa da visada”, começou por dizer fonte oficial da empresa, citada pela agência Lusa.
"Esta comunicação e as referidas notas vão ser analisadas com todo o rigor e cuidado, sendo certo que não abdicaremos de salvaguardar os nossos direitos, nomeadamente o de defesa em lugar próprio", acrescenta o grupo, referindo ainda que está informado sobre as “suas obrigações legais, tendo sempre pautado a sua atividade pelo estrito cumprimento das mesmas, e por uma conduta condizente com os valores de ética e transparência e cultura de defesa dos nossos consumidores".
A empresa garante ainda que tem "como propósito claro o de garantir uma oferta de produtos e serviços de qualidade e aos melhores preços".
Recorde-se que, a Concorrência acusou seis grandes grupos de distribuição alimentar presentes em Portugal de concertação de preços em três processos diferentes.
De acordo com um comunicado da AdC, os grupos de distribuição alimentar em causa são acusados de práticas equivalentes a cartel com três fornecedores de bebidas.
“Após investigação, a AdC concluiu que existem indícios de que as cadeias de supermercados Modelo Continente, Pingo Doce, Auchan e Intermarché utilizaram o relacionamento comercial com os fornecedores Sociedade Central de Cervejas e Super Bock para alinharem os preços de venda ao público (PVP) dos principais produtos daquelas empresas, como cervejas, águas com sabores, refrigerantes, entre outros, em prejuízo dos consumidores”, informa o comunicado.
{relacionados}