As duas irmãs gémeas, que mataram à facada a filha recém-nascida de uma delas, conhecem esta terça-feira a sentença, no Tribunal de Almada.
O pai da bebé, Diogo Bastos, companheiro de Rafaela Cupertino, relembrou o dia do crime e garantiu que pensava que tudo se tinha tratado de um aborto espontâneo.
“A Inês disse-me: a tua mulher acabou de parir. O bebé está morto. Pensei que fosse de três meses e fosse um aborto espontâneo”, afirmou, citado pelo Correio da Manhã.
“Eu disse para chamarmos o INEM e a Inês respondeu: ‘Não, porque acabámos de matar a bebé!’”, acrescentou.
Recorde-se que o crime, cometido em Corroios, remonta a abril do ano passado, altura em que Rafaela Cupertino deu à luz, em casa, uma bebé saudável. De seguida, e com o auxílio da irmã, Inês, tentou afogá-la na banheira, desferindo-lhe posteriormente três golpes. O cadáver da criança foi mais tarde descoberto pelas autoridades no interior de um saco de plástico.
A partir da cadeia de Tires, Rafaela dirigiu várias cartas à família. Segundo o Correio da Manhã, a homicida dizia nessas cartas que nunca se perdoaria pelos crimes contra Maria, o nome dado à bebé. “Penso nos meus filhos todos os dias, o Frederico, o Salvador e a Maria. Tenho vergonha da pessoa e da mãe que sou”, escreveu.
O advogado das homicidas pediu a absolvição de Inês, a irmã, dos dois crimes de que está acusada, e propôs que a mãe da criança fosse julgada por um crime de homicídio privilegiado ou infanticídio, ambos com uma moldura penal até cinco anos.
A defesa pede ainda que a sua constituinte cumpra a pena em liberdade e com apoio psicológico.
O procurador do Ministério Público Moreira da Silva pediu pena máxima para as duas irmãs.