Numa última tentativa de ver o seu acordo aprovado pela Câmara dos Comuns, a primeira-ministra britânica, Theresa May, disse hoje aos deputados conservadores rebeldes que caso aprovem o acordo negociado com a União Europeia se demitirá, não participando na próxima fase do processo de saída.
"Estou preparada para abandonar este cargo mais cedo do que esperava para fazer o que está certo para o nosso país e partido", disse May aos deputados. "Peço a todos nesta sala que apoiem o acordo para que possamos completar o nosso dever histórico: cumprir a decisão do povo britânico e sair da União Europeia com uma saída ordeira e suave", acrescentou a líder britânico.
A líder britânica encontrou-se com os deputados rebeldes, liderados por Jacob Rees-Mogg, numa sessão do Comité 1922, que organiza o trabalho do Partido Conservador no parlamento britânico. Nos últimos dias surgiu a possibilidade de May ser afastada da liderança do partido, com pelo menos 11 ministros seus a dizerem querer a sua demissão. Além disso, foram apontados três sucessores, nomeadamente David Lidington, Michael Gove e Jeremy Hunt. Os três possíveis sucessores são bastante próximos de May, com Lidington a ser mesmo o seu braço direito, com todos a negarem qualquer intenção de a substituir.
Situação da qual May estava a par. "Tomei conta muito claramente dos sentimentos do grupo parlamentar. Sei que existe o desejo de uma nova abordagem – e de uma nova liderança – na segunda fase das negociações do Brexit e não ficarei no seu caminho", garantiu May, mas, continuou, para que isso aconteça é preciso que o acordo seja aprovado.