Pedro Soares, presidente da Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação alertou esta segunda-feira que o alargamento do funcionamento das elétricas da central nuclear de Almaraz para além dos 40 anos “é um risco enorme para o rio Tejo e para toda esta região”.
O responsável, que falava à margem da visita de dois dias a Castelo Branco e Vila Velha de Ródão, disse estar preocupado com a extensão da licença de exploração – que tal como o SOL noticiou este sábado, as empresas pediram o alargamento da licença de exploração, que terminava em 2020, até 2027/2028. "Preocupa-nos muito que as três empresas de energia elétrica que são proprietárias de Alamraz tenham acordado em prolongar a operação para além dos 40 anos. Isso é um risco enormer para o rio Tejo e para toda esta região", avisou.
"O nosso foco principal é o rio Tejo, que tem estado a ser utilizado como um recurso, e, de facto, cada vez mais, tem que ser encarado como um sistema ambiental e ecológico que tem de ser preservado", sublinhou Pedro Soares.
O presidente da Comissão frisou ainda que o problema da seca ter voltado a assombrar o país, é "um problema grave que temos que enfrentar". "O rio Tejo é uma preocupação constante e tem que ser encarado com uma preocupação constante", disse, acrescentando que estes problemas "são uma questão central para esta comissão do ambiente, tem sido e vai continuar a ser".
O responsável falou ainda sobre a meta traçada pela diretiva europeia acerca da boa qualidade da água – que determinava que Portugal tivesse as massas de água com boa qualidade até 2015. Contudo, o responsável adiantou que esse objetivo era ambicioso e que teve de ser extendido até 2027. Extensão essa que traduz que "as nossas massas de água não estão em condições e continuam a sofrer uma pressão enorme de poluição e de utilização desadequada", rematou.