O Presidente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira, considerou Portugal “um país anedótico”, a propósito da nota informativa da Comissão Nacional de Eleições (CNE), proibindo a publicidade institucional dos órgãos do Estado Administração Pública de atos, programas, obras ou serviços.
Benjamim Pereira disse ainda que “se calhar vou convidar os elementos da Comissão Nacional de Eleições para apreciar os nossos pratos gastronómicos, típicos de Esposende, pois, é disso que eles precisam”, afirmou o autarca minhoto, em declarações à margem da entrega dos Prémios “Março Sabores do Mar”, citado na edição desta quarta-feira pelo jornal “Diário do Minho”.
Sobre aquela deliberação, que só não se aplicará em caso de grave e urgente necessidade pública, desde o dia da marcação, 26 de fevereiro, das eleições europeias, agendadas para o dia 26 de maio, o autarca social-democrata criticou duramente a Comissão Nacional de Eleições, consequentemente classificando mesmo Portugal com o rótulo de “anedótico”, acrescentando que “vivemos num país em que era suposto termos conquistado alguma liberdade, em abril de 1974, “não sei onde vai parar a nossa sociedade”.
“O que é que eu tenho a ver com eleições europeias, por que é que eu não posso qualificar, adjetivar uma iniciativa desta natureza e tenho de me limitar a não dizer nada, a não fazer nada”, questionou o presidente de Câmara Municipal de Esposende, o único município do distrito de Braga situado na orla marítima.
“Apenas em relação a este aspeto, porque adoro o meu país, a minha região e o meu concelho, estamos num país anedótico”, reiterou Benjamim Pereira, salientando também que “atingiram-se “patamares impensáveis numa procura excessiva de transparência e de combate à corrupção, confundindo-se tudo”.
“Os autarcas estão hoje completamente condicionados pelo que se pode ou não pode dizer em relação a atividades que são do interesse e com a participação da própria população”, acrescentou o presidente da Câmara Municipal de Esposende.
“Espero que estas iniciativas legislativas que aí vêm consigam rapidamente pôr ordem nisto porque poderemos ter os tribunais cheios de coisinhas, porque não faltam cidadãos empenhados em queixar-se de outrem, quanto mais não seja por não fazerem nada e verem os outros a fazer”, disse Benjamim Pereira, lembrando que “os autarcas estão aqui para servir as populações”.
“Ninguém dinamiza a nossa economia quanto os autarcas, nem tão pouco a administração central, as autarquias estão lá, no contato direto com as pessoas”, concluiu Benjamim Pereira.