Tudo começou quando Rafi foi chamada ao gabinete do diretor da escola que frequentava e este tocou-a várias vezes. Após este episódio Rafi, de 19 anos, decidiu ir à polícia e contar o que tinha acontecido.
As autoridades filmaram o testemunho que mais tarde foi publicado em alguns meios locais e o diretor da escola acabou por ser despedido. Porém o caso não ficou por aqui e vários políticos locais e grupos de pessoas começaram a exigir a libertação do diretor da escola e começaram a ameaçar Rafi e a sua família, segundo conta a BBC.
Alguns dias depois, no dia 6 de abril, Rafi teve de ir à escola para fazer os testes do final de semestre, mas não a deixaram entrar na escola. "Tentei levar a minha irmã à escola, mas não me deixaram entrar", disse Mahmudul Hasan Noman, irmã de Rafi.
♂️♀️❗ Nusrat Jahan Rafi, de 19 años, es quemada viva por el gobierno de Feni, Bangladesh, tras denunciar haber sido víctima de abusos sexuales por parte del director de centro donde estudiaba.https://t.co/ajHnt9BGvQ pic.twitter.com/eVAAXUQYPJ
— Bendita Igualdad (@BenditaIgualdad) 18 de abril de 2019
E foi o depoimento da irmã que ajudou a polícia a perceber o que tinha acontecido a Rafi. Segundo Mahmudul Hasan Noman, o irmão levou Rafi à escola e esta foi levada por outro estudante para uma sala que a pressionou a retirar a queixa. Depois de esta se recusar foi incendiada.
Segundo a polícia local o objetivo dos assassinos era fazer parecer que Rafi se tinha suicidado. "Um dos assassinos estava a segurar a cabeça dela com a mão e eles não conseguiram chegar combustível a essa parte do corpo. Foi por isso que não lhe queimaram a cabeça", disse a polícia.
Rafi ainda foi transportada para o hospital e quando chegou tinha 80% do corpo queimado. Com medo de não sobreviver a jovem gravou o depoimento no telemóvel do irmão quando estava a caminho do hospital. Rafi acabou por morrer no dia 10 de abril.