A antiga sede do Ministério da Educação, na 5 de Outubro, em Lisboa, vai ser transformada numa residência com 600 camas para estudantes do ensino superior.
As obras deverão arrancar no final deste ano e a gestão do edifício vai ser entregue a uma empresa a quem cabe a distribuição de camas entre as várias instituições de ensino superior em Lisboa. Cada cama terá um custo de cerca de 78 euros para estudantes bolseiros. Já os estudantes não bolseiros, que frequentem universidades ou politécnicos do interior do país, pagarão cerca de 120 euros e os estudantes das universidades de Lisboa e Porto vão ter um custo de 220 euros.
O histórico edifício da 5 de Outubro é apenas um dos 263 imóveis que serão transformados, até 2022, em residências que vão disponibilizar 12 mil camas para estudantes.
Mas a meta do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, diz o Governo, é que nos próximos dez anos se chegue às 30 mil camas em 42 concelhos do país. A um mês das eleições europeias, marcadas para dia 26 de maio, o Governo saiu ontem à rua em peso para dar o pontapé de saída àquela que será uma das últimas grandes medidas do executivo, que está a entrar na reta final da legislatura.
Entre os 263 edifícios há 17 que são propriedade do Estado e que estão devolutos. Tratam-se de antigos palácios, pousadas da juventude, escolas secundárias, quartéis. A estes somam-se ainda edifícios das autarquias ou das próprias instituições de ensino superior.
Amanhã será apresentado o anteprojeto para a antiga Cantina II da Universidade de Lisboa, adiantou em comunicado o Ministério da Ciência e do Ensino Superior.
Ideia do ministro A ideia “fora da caixa" para transformar a antiga sede do Ministério da Educação numa residência partiu do próprio ministro Tiago Brandão Rodrigues, contou ontem o primeiro-ministro. O episódio foi revelado durante a cerimónia de entrega simbólica da antiga sede do Ministério da Educação ao Ministério das Infraestruturas e da Habitação.
De acordo com o projetista da obra, João Appleton, os três primeiros pisos do edifício serão zonas sociais, como lavandaria, uma sala de jogos ou uma cafetaria, havendo espaços que podem ser concessionados para pequeno comércio.
Os quartos, com uma ou com duas camas, ficarão nos pisos superiores (o prédio conta com 12 andares) e em cada andar vai funcionar uma copa. Em algumas zonas do edifício serão construídos pequenos apartamentos que o projetista sugere que sejam arrendados a estudantes estrangeiros que se façam acompanhar das suas famílias.