Greve dos registos e notariado poderá agravar filas de espera

Quase metade dos serviços do setor estão apenas abrangidos pelos serviços mínimos.

A greve dos trabalhadores dos registos e do notariado – que arrancou ontem e se mantém até sexta-feira – teve uma adesão de cerca de 80% no back office e de 40% nos balcões de atendimento, revelou o sindicato.

Fonte do Sindicato Nacional dos Registos (SNR) revelou ainda que quase metade dos serviços deste setor estão a funcionar em serviços mínimos, algo que deixará as conservatórias de registo civil do país a trabalhar a meio gás, o que poderá vir a agravar as grandes filas que se têm vindo a registar nos últimos tempos, bem como aumentar os tempos de espera  para os serviços do Cartão de Cidadão e Passaporte.

“Os serviços podem estar de porta aberta para serviços mínimos, urgentes, mas a maior parte dos atos como tirar um Cartão de Cidadão ou fazer um divórcio e agendar outros atos vai ter um grande constrangimento a nível nacional nesta semana a seguir à Páscoa”, afirmou o sindicalista Rui Cardoso, à TSF. 

Nos últimos tempos, a falta de capacidade para dar resposta à enorme quantidade de pedidos levou o Governo a tomar medidas: há cerca de uma semana o Executivo anunciou que ia aumentar os postos de atendimento para o Cartão de Cidadão em Lisboa e que os pedidos decorrentes da Lei da Nacionalidade iriam passar a ter direito a uma ‘via verde’. 

O objetivo é eliminar as filas de espera na capital que se têm verificado devido “a um aumento da afluência aos serviços dos registos e notariado, motivado por fatores como a procura por parte de cidadãos portugueses com morada no Reino Unido e as alterações à Lei da Nacionalidade”.

Os trabalhadores querem a revisão das carreiras, dos salários e ainda que sejam dadas respostas à falta de recursos humanos.