O Estado Islâmico reivindicou os atentados terroristas no Sri Lanka no domingo de Páscoa, terminando com a suspeição sobre qual a organização internacional que terá apoiado os cingaleses locais a levarem a cabo os ataques.
"Aqueles que levaram a cabo o ataque de anteontem e que teve como alvo membros da coligação liderada pelos Estados Unidos e cristãos no Sri Lanka eram combatentes do Estado Islâmico", afirmou a agência de notícias da organização terrorista, Amaq. Todavia, não apresentou qualquer tipo de provas de ligação dos perpetradores com a sua organização.
O número de detidos pelas autoridades subiu ontem para 40, com um dos detidos a ter nacionalidade síria. As autoridades impuseram o estado de emergência para que a polícia e as forças armadas possam avançar com as investigações sem se verem obrigadas a respeitar os parâmetros legais normais, como a emissão de mandados de busca por juízes.
Soube-se também que o número de mortos subiu hoje para os 321, entre as quais 45 crianças, a que se juntam mais de 500 feridos. Os atentados em simultâneo juntam-se à lista dos mais mortíferos da história, com os atentados de 11 de setembro de 2001 a figurarem no topo da lista.
Os funerais das vítimas começaram a ser realizados, com o presidente cingalês, Maithripala Sirisena, a declarar dia de luto nacional. Entretanto, as autoridades cingalesas começaram a receber assistência do FBI e das outras agências de informações estrangeiras nas investigações.
As autoridades já revelaram que os atentados foram levados a cabo por sete bombistas suicidas contra três igrejas e quator hoteis. Ainda assim, a polícia tem atribuído as responsabilidades a um grupo terrorista local, o National Thowfeek Jamaath, com ligações internacionais.
O ministro da Defesa cingalês, Ruwan Wijewardene, afirmou no parlamento que os atentados foram em retaliação pelo massacre de 50 muçulmanos às mãos de um militante de extrema-direita em Christchurch, na Nova Zelândia, há algumas semanas atrás. "Este ataque foi perpetrado em resposta ao ataque contra os muçulmanos em Christchurch", disse o ministro cingalês.
Desde 2009, quando o governo cingalês de então e os Tigre Tamil firmaram um acordo de paz, que o país não era marcado pela violência, tendo-se inclusive transformado num dos destinos turísticos da região. O turismo é uma das principais indústrias do país e importante fonte de divisas estrangeiras. Com estes atentados e o medo instalado, o turismo pode vir a ser fortemente prejudicado.