O Sri Lanka tornou-se um destino comum para mais de dois milhões de turistas todos os anos. A atividade é, aliás, uma das principais fontes de receita da economia nacional e a terceira fonte de divisas. Mas nem sempre foi assim.
O turismo do Sri Lanka começou a desenvolver-se nos últimos dez anos, quando o Governo de então e os Tigres Tamil firmaram um acordo de paz, pondo cobro a décadas de guerra civil. Centenas de milhares de turistas começaram a afluir à ilha para verem os animais selvagens nas suas reservas, os golfinhos nas águas costeiras e as grutas pintadas com imagens budistas. Mais tarde, as viagens de comboio, que permitem entrar em contacto tanto com a vida nas cidades como com a dos campos, ganharam adeptos. Os hotéis, nomeadamente o Shangri-La, joia da coroa da hotelaria, floresceram, proporcionando uma experiência de luxo a quem lá ficava alojado.
Agora, o país volta a ser marcado pela violência. E o turismo poderá sair fortemente penalizado. “É provável que a violência atinja a indústria do turismo, pelo menos no curto prazo”, disse Alex Holmes, analista para a economia asiática na Capital Economics, à CNN. “Uma vez que os hotéis foram atacados e tudo o mais, é de esperar mais e mais [cancelamentos], especialmente de reservas estrangeiras”, explicou o analista. Para já, o Governo português desaconselhou as visitas ao país.
Com a queda do turismo, menos divisas entrarão, dificultando o fluxo de moeda e, consequentemente, o pagamento da dívida externa do país, que neste momento se mantém nos 80% do PIB, mas tem subido. Com a queda da confiança dos turistas e investidores, o país pode ver-se mergulhado numa crise abrupta.
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