A troca de acusações continua entre José Sócrates e Sérgio Moro. Esta quarta-feira, o antigo primeiro-ministro disse que o atual ministro de Bolsonaro foi um juiz “indigno”, é um político “medíocre” e uma pessoa “lamentável”.
Recorde-se que Sócrates havia dito que Moro é “um ativista político disfarçado de juiz", ao que Sérgio Moro não deixou de responder esta terça-feira. "Não debato com criminosos", disse o ministro brasileiro da Justiça.
Agora, numa nota enviada à agência Lusa, Sócrates considerou que "é impossível ler a declaração do ministro da Justiça brasileiro sem um esgar de repugnância".
"As palavras [por ele] produzidas confirmam o que já se sabia do personagem: Como juiz, indigno; como político, medíocre; como pessoa, lamentável", declarou.
"[A declaração] põe em causa os princípios básicos do direito e da decência democrática. Não, nunca cometi nenhum crime nem fui condenado por nenhum crime. Não posso aceitar ser condenado sem julgamento, muito menos por autoridades brasileiras", acrescentou.
O ex-governante referiu ainda que na Europa se conhece bem “o ovo da serpente”, bem como "o significado das palavras de agressão, de insulto e de violência política".
"Conhecemos o significado dos discursos governamentais que celebram golpes militares, defendem a tortura e recomendam o banimento dos adversários políticos", afirmou.
Mas o antigo primeiro-ministro deixa ainda um recado, afirmando que conhece "o significado do silêncio daqueles que assistem a tudo isto como se nada fosse com eles".
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