O Governo já decidiu: a extensão do oleoduto que liga Sines a Aveiras até ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e à Base Aérea do Montijo (futuro aeroporto de apoio ao da Portela) é uma prioridade e vai avançar.
O SOL apurou que o Ministério das Infraestruturas, tutelado por Pedro Nuno Santos, já está a estudar o modelo de financiamento do investimento necessário – que não está ainda apurado mas será muito superior aos 10 milhões de euros que têm sido falados –, mas lembra que, com a poupança com o transporte em camiões, o oleoduto rapidamente se pagará a si próprio.
«O oleoduto é uma necessidade que já devia estar concretizada há muitos anos», afirmou ao SOL uma fonte governamental.
A extensão do oleoduto é politicamente consensual. Apenas o PCP está contra. Na passada quarta-feira, a Câmara de Lisboa aprovou uma proposta do PSD de recomendação ao Governo para a extensão do oleoduto entre Sines e Aveiras até ao aeroporto Humberto Delgado. Só o vereador João Ferreira, do PCP, votou contra.
O SOL sabe que as empresas de transporte de matérias perigosas, representadas pela ANTRAM, estão em desacordo com o oleoduto, mas não têm alternativa.
Por seu lado, também os motoristas têm reservas e estão preocupados com o fim de cerca de 160 postos de trabalho, mas, pelo menos para já, não equacionam recorrer a formas de luta mais radicais, como uma nova greve idêntica à que ainda tão recentemente paralisou o país.
Recorde-se que a ANTRAM e os sindicatos dos motoristas, sob a mediação do Governo, iniciam na próxima segunda-feira as conversações para um novo acordo coletivo, nos termos do entendimento que levou à desmobilização da última greve.
Todos os dias, a ligação entre Aveiras e o aeroporto da Portela (A1 e 2.ª Circular) é feita por mais de 150 camiões carregados de combustível para abastecimento de aeronaves.