Muito se tem falado e escrito em relação ao Governo socialista e às suas nomeações familiares. Na realidade até se pode aceitar que António Costa, Secretário-Geral do Partido Socialista e primeiro-ministro, escolha para o seu Governo personalidades da sua confiança e que estas por sua vez, escolham e nomeiem para os seus gabinetes também pessoas da sua confiança, independentes ou militantes do Partido Socialista, será uma conduta normal.
Mas já não é normal nem sério as nomeações para o Governo e respetivos gabinetes serem feitas por laços familiares. Claro que António Costa não nomeou a sua mulher, filhos ou irmãos, mas deixou que os seus colaboradores o fizessem, porque o oportunismo é o seu sucesso, pouco ou nada se sabe do seu passado profissional, mas todos nós sabemos que vivem em circuito fechado e fazem da política o seu modo de vida. A grandeza de um líder é saber interpretar a opinião púbica, e aqui o primeiro-ministro falhou tanto na defesa como na resposta e com surpresa passou a ter tiques de prepotência e arrogância, convencido que pode fazer o que quiser a seu belo prazer, pois se é contestado, acha que é por inveja do seu êxito.
António Costa equivocou-se, porque em vez de condenar o procedimento, veio defendê-lo. Errou ao permitir que dois dos seus mais próximos, Ana Catarina Mendes e Carlos César, com a boca toda suja de tantos tachos na família, venham dizer que não recebem lições de ética de Rui Rio! É verdade que Rui Rio tem caráter, seriedade e competência para lhes dar essa lição, mas não adianta, por mais aulas que tenham a palavra ética, está deportada dos seus neurónios.
António Costa que mostra ser tão arguto ainda não percebeu que estas nomeações são um embuste feito por aqueles que se encontram unidos a trabalhar na sua substituição. O seu propósito está bem determinado, entram nos gabinetes e a seguir são nomeados interinamente para diretores ou subdiretores gerais de departamentos do Estado, presidentes ou vice-presidentes de empresas públicas ou outros cargos. Para dar um cunho de legalidade enviam os nomes para o CRESAP, maior cancro da Administração Pública, para serem selecionados e assim ocuparem os lugares definitivamente.
Vêm agora os infratores dizer que é preciso aprovar uma lei de conduta. Não se legisla sobre o bom senso! Que triste figura está a fazer António Costa e os seus delfins com toda esta esperteza saloia! Será que ainda não repararam que os portugueses não são tansos. Então ocupam os lugares com todo este nepotismo e depois querem uma lei para quem vem a seguir.
Mas há mais, sabem que estas famílias ficam em termos de rendimento mensal nos 3% mais ricos de Portugal?
António Costa confiou na sorte e passou a ser um derrotado. Quis correr a maratona mas só se preparou para os 10 mil metros. Como ia com muito avanço convenceu-se que ninguém era melhor que ele. Porém as mazelas são mais que muitas e vai ser penoso para ele chegar a 6 de outubro fora do Pódio.
Rui Rio pelo contrário já é um vencedor preparou-se para a maratona, não teve um grande arranque, porque encontrou muitas trincheiras no seu partido, mas foi-as amputando tendo percebido antecipadamente que era preciso sarar os achaques. Para surpresa de uns e inveja de outros no dia 6 de outubro Rui Rio vai vencer e subir ao Pódio.
Fica uma lição para António Costa ‘não é por muito madrugar que amanhece mais cedo’.