“A União Europeia precisa avançar com urgência para uma estratégia comum direcionada para a natalidade”, destacou o eurodeputado do PSD, numa conferência rotária sobre a evolução demográfica na Europa, organizada pelos Rotary Clube de Braga e Braga-Norte.
Para o futuro, o cenário apresenta-se mais grave, ainda segundo José Manuel Fernandes, pois segundo as estimativas publicadas pela ONU, a população da União Europeia terá uma média de idades de 49 anos, acima dos 46 anos apontados para a globalidade dos países desenvolvidos.
A situação portuguesa é das mais graves no contexto europeu, uma vez que, segundo o eurodeputado, a média de idades em Portugal é atualmente de 44,4 anos, uma das mais altas e apenas atrás da Alemanha, quando em 1960 a média de idades em Portugal era de 27,8 anos – que era uma das baixas da Europa, apenas superada por Polónia e Eslováquia.
José Manuel Fernandes alertou para as ameaças que pendem sobre o modelo social e desenvolvimento da União Europeia, face aos impactos negativos das baixas taxas de natalidade, destacando “a urgência em contrariar e inverter o 'inverno demográfico' que está a atingir toda a União Europeia, além de modo particular em Portugal, com potenciais impactos negativos, de enorme gravidade para sustentabilidade do modelo social europeu que é o mais desenvolvido e humanista do planeta”.
Face à situação, José Manuel Fernandes sustentou que impõem iniciativas políticas, designadamente, nas áreas da saúde, segurança social e educação, com “impacto efetivo” no apoio às famílias e à infância, acesso às redes escolar e pré-escolar, saúde infantil e parental, a par das políticas para promover a conciliação da vida familiar e profissional, a flexibilidade laboral de pais e cuidadores, e incentivos fiscais à responsabilidade social das empresas.
No âmbito do próximo mandato para o Parlamento Europeu, José Manuel Fernandes vincou o compromisso do PSD para concretizar uma estratégia europeia para a natalidade, com envolvimento também do Conselho Europeu.
O eurodeputado sublinhou que “a União Europeia apresenta hoje as menores taxas de natalidade do planeta, embora sendo uma das maiores economias do mundo e a região que mais investe na área social, de tal forma que os europeus, sendo apenas 6,5 por cento da população mundial, têm acesso a metade de todas as despesas sociais do planeta”.