Quando na última semana Ricardo Nunes se aproximou do carro de Bárbara Varella Cid, no Taguspark, Oeiras, levava consigo uma arma de guerra – uma Magnum 7.65 mm – que a Polícia Judiciária viria a encontrar no local do crime. O homicida de Bárbara, ambos trabalhavam no Millennium BCP, terá disparado sobre a mulher por quem teria uma obsessão e depois tentou matar-se.
Para já a investigação ainda tem muitas pontas soltas, uma vez que o marido de Bárbara, dado o seu estado de choque, não pôde ser ouvido logo no início e o autor do crime ficou internado no Hospital de Santa Maria – que já está fora de perigo de vida.
A investigação quer apurar nos próximos dias quem é o real detentor da arma de fogo usada. Para já sabe-se que a última chamada que a vítima fez foi para o marido, possivelmente no momento em que avistou o agressor. Segundo já foi noticiado, o marido da bancária já havia alertado a segurança do banco para comportamentos menos próprios do colega, isto porque também ele trabalhava na instituição bancária.
Ao i uma fonte da investigação disse que não se pode afastar nenhuma hipótese, sendo a mais certa a de uma obsessão pela vítima. Neste momento, os investigadores estão a passar a pente fino comunicações telefónicas, bem como as redes sociais dos envolvidos.
A mesma fonte explicou ainda que as consequências do debate cada vez mais público de homicídios e crimes graves de violência doméstica está a ser analisada para que se perceba se não existe um efeito perverso. “Começa-se a questionar se o debate público não está mesmo a potenciar estes crimes”, afirma uma fonte próxima, referindo que até então o efeito dissuasor desse debate tem sido “nulo”.
O caso A PSP foi chamada ao local pelas 13h30 da última terça feira devido a agressões num parque de estacionamento e encontrou a vítima e o atirador dentro do carro, estacionado junto às instalações do banco Millenium BCP, no Taguspark, em Oeiras, onde ambos trabalhavam no serviço administrativo do banco, explicou ao i uma fonte da Polícia Judiciária (PJ).
O homem ainda apresentava sinais vitais e a PSP chamou o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) ao local. Até à chegada da PJ, que assumiu entretanto a investigação do caso, a PSP criou um perímetro de segurança.
Ao i, a mesma fonte da PJ confirmou que o marido da vítima também trabalhava no banco – o homem não estava no banco à hora do crime, tendo-se deslocado até lá quando recebeu a informação. De acordo com a mesma fonte, apesar de haver alguns contornos de crime passional, não há indícios de que existisse uma relação sentimental entre o atirador e a vítima mortal. Ao que tudo indica, o homem terá desenvolvido uma obsessão pela colega, ao ponto de terem já ocorrido comportamentos menos próprios em relação a ela.
Segundo o Diário de Notícias, o atirador ter-se-ia divorciado recentemente, uma informação que as fontes policiais não confirmaram ao i. Por sua vez, o Correio da Manhã avançou que o homicida estava de férias, tendo-se deslocado ao banco com o propósito de matar a colega.
Segundo a PJ, a mulher tinha dois filhos menores, um com quatro e outro com sete anos. Com Beatriz Dias Coelho