Uma mulher de 24 anos foi acusada de agressão por atingir com um ovo o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, durante a campanha para as eleições australianas, marcadas para 18 de maio. A jovem aproximou-se do primeiro-ministro pelas costas, enquanto este falava aos jornalistas, e atingiu-o na parte de trás da cabeça, sendo de imediato removida das instalações pelos seguranças. A polícia encontrou uma pequena dose de marijuana ao revistar a jovem, que foi acusada também por posse de droga.
Os motivos do protesto ainda não são conhecidos, apesar da mulher ter dito à imprensa, logo a seguir ao incidente, que as suas ações "falam por si mesmas", referindo a ilha de Manus, na Papua Nova Guiné, onde o Governo australiano mantém cerca de 500 refugiados detidos, sem qualquer tipo de acusação formal. Foi recentemente noticiada uma epidemia de suicídios no centro de detenção, tendo o secretário-geral da Conferência de Bispo Católicos da Papua Nova Guiné, Giorgio Licini, afirmado à RNZ Pacific que "as tentativas de suicídio são uma ocorrência diária" na ilha de Manus.
Morrison reagiu ao incidente no Twitter, afirmando: "Só porque se tem uma diferença de opinião com alguém, não significa que se tenha de alinhar com este tipo de protestos muito feios. Temos de aprender a discordar melhor". O primeiro-ministro assegurou: "Vamos enfrentar este comportamento violento, seja destes ativistas cobardes que não respeitam ninguém, seja de sindicalistas militantes". O líder do Partido Trabalhista, Bill Shorten, já condenou o comportamento "chocante e escandaloso" da manifestante.
Já não é a primeira vez que manifestantes atiram ovos à cabeça de um político australiano acusado de xenofobia. Ainda em março, após o atentado em Christchurch, na Nova Zelândia – em que 50 muçulmanos foram mortos por um terrorista de extrema-direita – o senador Fraser Anning levantou polémica, ao culpar a chegada de refugiados pelo ataque, acabando por ser atingido com um ovo na cabeça, em protesto contra as suas declarações. O responsável, Will Connolly, um rapaz de 17 anos, passou a estrela das redes sociais, sob a alcunha de "eggboy". A campanha de apoio ao "eggboy" no GoFundMe já recolheu mais de 47 mil dólares, que serviram para pagar as despesas legais de Connolly, que foi acusado de agressão. Segundo a página, o resto do dinheiro recolhido foi entregue a organizações de apoio às vítimas atentado de Christchurch, tendo outro tanto servido para Connoly "comprar mais ovos".