A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) defende o encerramento de solários em Portugal, alertando para os estudos que comprovam que estes estabelecimentos aumentam o risco de cancro da pele.
"De uma vez por todas, as pessoas têm de interiorizar que os solários são indutores dos cancros de pele. Este ano surgiram mais estudos internacionais, alguns em que Portugal participou, que demonstram a relação entre a exposição prévia a solários e o aumento de risco de todos os cancros de pele", afirmou Osvaldo Correia, presidente da APCC, em declarações à agência Lusa.
"Não é nada saudável, não faz bem a nada e favorece riscos de cancro que poderão não ser hoje, mas podem ser amanhã. E o amanhã pode ser daqui por três, cinco ou 10 anos", acrescentou.
O responsável, que também é dermatologista, relembrou ainda que a APCC tem contribuído para os estudos que provam que "há uma associação entre a exposição prévia, mesmo que esporádica, e o risco aumentado dos cancros de pele, quer não melanoma, como os carcinomas basocelular e espinocelular, quer melanoma, alguns em idades mais jovens a surgir".
Osvaldo Correia dá o exemplo da Austrália e do Brasil, países onde os solários foram encerrados. "Na Austrália e no Brasil fecharam e na Irlanda já há um movimento nesse sentido. Só é pena serem precisos tantos anos de demonstrações do que era já uma suspeita", disse.
"Portugal, tal como outros países europeus, tem uma grande percentagem da população com informação, falta mudar o comportamento. É preciso interiorizar", afirmou.
Segundo o especialista, citado pela agência Lusa, em Portugal as estimativas apontam para cerca de 13 mil novos casos de cancro em 2019, mais de mil dos quais melanoma.