O antigo líder sérvio Radovan Karadzic vai ser investigado a pedido das Nações Unidas por ter participado num evento em Montenegro via telefone, a partir da cela onde se encontra na Holanda.
"Na tarde de 3 de maio, o detido parece ter participado num evento público (conferência/debate) em Podgorica, em Montenegro", lê-se num documento do Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, na Holanda. "O comandante não deu ao detido autorização prévia para usar comunicações", continua o documento, assinado por Olufemi Elias, funcionário do tribunal, acrescentando que "há fundamento razoável para acreditar que o detido pode ter cometido uma ofensa".
O funcionário ordenou ao comandante do centro de detenção onde o antigo líder sérvio se encontra para ouvir as chamadas telefónicas feitas por ele nos últimos cinco dias.
O advogado de Karadzic, Peter Robinson, confirmou que o seu cliente participou por telefone num evento sediado em Montenegro sobre assuntos na região, incluindo a intervenção da NATO e o papel que esta desempenhou na guerra civil na antiga Jugoslávia.
Karadzic está à espera de ser transferido para uma prisão fora da Holanda para que cumpra a setença de 40 anos de prisão que o coletivo de juízes do Tribunal Penal Internacional deliberou pelo seu envolvimento na guerra civil bósnia, entre 1992 e 1995.