A recuperação incrível do Liverpool frente ao Barcelona, na noite desta terça-feira, ficará marcada para sempre na memória de quem a ela assistiu, e mais ainda de quem a viveu por dentro. Será, certamente, o caso de Jurgen Klopp, que se apresentou naturalmente eufórico na zona de entrevistas rápidas após o fim do encontro.
Tanto… que até soltou um palavrão em direto – não sem antes olhar para o relógio, na esperança de já serem horas das crianças estarem em casa a dormir. "Ganhar [na eliminatória] já ia ser difícil. Ganhar sem sofrer golos… Não sei como o fizemos, foi incrível, a forma como defendemos… São 22:10, as crianças já estão na cama… Estes rapazes foram f… gigantes. É inacreditável. Podem multar-me, mas eu não sou inglês, não me consigo expressar melhor", atirou o treinador dos reds.
Mais tarde, já mais calmo, Klopp continuou nos elogios aos atletas. "A exibição e todo o jogo foram extraordinários. Foi esmagador. Já vi muitos jogos na minha vida, mas não me lembro de nenhum como este. Antes do jogo disse aos rapazes que era impossível mas que, como eram eles, poderia acontecer. Ver o Milner a chorar no final do jogo significa muito para todos nós, para todos mesmo. É o melhor do futebol. Tantas coisas a acontecerem no mundo e assistir a isto é muito especial. A mistura do potencial com o coração é incrível, nunca tinha visto isto. Era um daqueles jogos em que tínhamos de ter muita confiança. O Origi e o Shaq não jogaram muito e fazerem uma exibição como esta foi muito importante para nós e para eles. Mostraram que tudo é possível no futebol", salientou o técnico alemão, mostrando-se também ele surpreendido com o lance do golo decisivo: "Não vi o canto. O Ben Woodburn olhou para mim e disse-me: 'O que é que aconteceu?'".
Também os jogadores dos reds não conseguiam esconder a alegria pela passagem milagrosa. "A fé que tínhamos no nosso balneário era incrível. Sabíamos que podíamos tirar um coelho da cartola. É uma noite especial em Anfield, com os melhores. Foi surreal", salientou Jordan Henderson, um dos capitães. Já Alexander-Arnold, o marcador do canto que originou o 4-0, relatou assim a jogada: "Foi instintivo. Vi a oportunidade. O Origi é um jogador de primeiro nível, marcou dois golos. Todos recordarão este momento".
Ao intervalo, Jurgen Klopp trocou Andy Robertson, lateral-esquerdo que estava a contas com problemas físicos, pelo médio Wijnaldum – que acabaria por marcar dois golos. No fim do encontro, Robertson nem se lembrava das mazelas sofridas. "Vamos à final, isso é que importa. Agora não estou preocupado com a minha lesão. Já disse isto muitas vezes esta época mas… meu Deus, que equipa. Acreditámos, muitas pessoas disseram que não tínhamos hipóteses, mas no balneário acreditávamos que, se começássemos bem, era possível", sentenciou o internacional escocês.