Liga dos Campeões. Lucas Moura foi às lágrimas ao ouvir a narração dos golos | Vídeo

O atacante brasileiro apontou três golos e foi o herói da incrível reviravolta que levou o Tottenham à final da Liga dos Campeões

Foi mais um jogo de loucos: a perder por 2-0 ao intervalo (depois de já ter sido derrotado em casa, em Londres, na primeira mão, por 1-0), o Tottenham deu a volta à eliminatória com três golos de Lucas Moura, o último dos quais apontado aos 90'+6', e qualificou-se para a final da Liga dos Campeões, juntando-se ao Liverpool – que havia conseguido feito semelhante na véspera, diante do Barcelona.

Após o apito final, jogadores e técnicos dos spurs não conseguiram conter as emoções. Um dos quais o próprio Lucas Moura: já depois de ter vertido algumas lágrimas ao comentar o jogo na flash-interview, o atacante brasileiro voltou a mostrar-se muito emocionado ao ouvir (e ver) a narração dos seus golos feita por compatriotas.

 

 

Mais refeito das emoções, Lucas Moura falou de uma "grande partida, digna de Champions, para ficar na memória". "Vai ficar marcado, sem qualquer dúvida, como o jogo da minha vida. Foi o jogo mais emocionante. Não me considero herói, todos os jogadores são heróis, porque conseguimos eliminar uma grande equipa como o Ajax, que joga muito bem e contra quem é muito difícil jogar aqui. Lutámos bastante, acreditámos até ao fim e conseguimos o apuramento de forma merecida", ressalvou. Questionado sobre o facto de se juntar a Del Piero, Olic, Lewandowski e Cristiano Ronaldo nos jogadores com três golos numa meia-final da Champions, o internacional canarinho foi taxativo: "Nem fazia ideia disso. É importante, claro. Eu digo que Deus surpreende-nos sempre. Eu tinha pedido o apuramento e Ele proporcionou um apuramento mais do que especial, com três golos meus. Estou muito feliz por entrar nesse lista tão seleta de jogadores. Mas mais ainda por ter ajudado os meus companheiros e poder jogar uma final da Champions. Isso é muito importante".

Também o treinador do Tottenham, Mauricio Pochettino, derramou lágrimas (de alegria, claro está) logo após o apito final. Mais tarde, explicou porquê. "Ainda me custa a falar, que emoção incrível. Obrigado, futebol! No último ano disse a todos que este é um grupo de heróis. A segunda parte foi incrível e este tipo de emoção só é possível no futebol e obrigado a todos os que acreditaram em nós. Aconteceram muitas coisas nos últimos tempos, mas choro por alegria e satisfação de ver os meus jogadores a dar um passo em frente e a vencer adversidades. Choro também pela minha família, que me apoia em momentos muito difíceis. Todas estas emoções vieram-me à cabeça e quando acontece uma vitória como esta torna-se difícil reprimi-las", frisou, considerando "cruel" o resultado ao intervalo e explicando o que mudou na segunda parte: "Forçámos o Ajax a jogar mais atrás. Eles fizeram mudanças mais defensivas para conter o nosso jogo, mas a nossa segunda parte foi fantástica e somos uns justos finalistas. Merecemos estar em Madrid".

Do outro lado, o desânimo era total. "Disse aos meus jogadores que ainda não tinha acabado, dava para ver na atitude dos jogadores do Tottenham e via-se que ainda acreditavam. Estávamos tão perto e merecíamos o apuramento, mas aquele último segundo… Se o remate de Ziyech [com 2-2 no marcador] não fosse ao poste, teria sido a eliminação dos spurs, acabava com o jogo, mas não é hora de culpar ninguém. Fizemos uma temporada incrível na Liga dos Campeões e crescemos muito como equipa, mas é difícil processar", lamentou Erik Ten Hag, treinador do Ajax.

Já De Ligt, o jovem central e capitão do conjunto holandês, foi ainda mais contundente. "Foi como se o chão tivesse desabado. Tão perto. Nós estávamos tão perto. Naturalmente, estava um silêncio de morte no balneário. Mas, sendo muito doloroso, tivemos uma prova fantástica – e ainda podemos ser campeões da Holanda", salientou, agradecendo ainda assim o ambiente na Arena de Amesterdão: "Foi ótimo ver o apoio que os nossos adeptos nos deram. Ajudaram a perceber o quanto esta participação significou para eles. Se ganharmos o campeonato, vou sentir-me muito orgulhoso, e isso ajudará a amenizar o impacto de estar com um pé na final da Champions, faltando apenas alguns segundos para o final".