Até o susto inicial trouxe outro sabor ao título de campeão inglês conquistado este domingo pelo Manchester City. Bicampeão, note-se. Pela primeira vez na história do clube. Os citizens só dependiam de si, é verdade, mas ali a bater a meia hora de jogo, o grande foco ia obrigatoriamente para o resto das unhas que possivelmente sobravam nas bancadas de Anfield Road. Com menos um ponto que a turma de Pep Guardiola, o Liverpool ainda sonhava com um tropeção do líder e, assim, roubar o troféu que já era colocado nas mãos do City. Literalmente. Perante a incerteza até esta última jornada, a Premier League decidiu colocar uma réplica da taça em Anfield, enquanto o original foi mandado colocar em Brighton – onde Bernardo Silva e companhia precisavam de carimbar uma vitória para alcançarem o então inédito bicampeonato.
Com os 10 jogos da ronda 38 a acontecerem em simultâneo, os olhares dividiam-se forçosamente entre Liverpool e o Farmer Stadium. E apesar de o desfecho ter vindo a ser adiado até ao último suspiro, houve até tempo para fazer acreditar que o impensável podia mesmo acontecer. Com cerca de meia hora decorrida nos dois campos, Mané inaugurou o marcador em Anfield, onde os comandados de Jürgen Klopp defrontavam o Wolverhampton de Nuno Espírito Santo, a equipa sensação da prova que chegou a esta fase com o 7.º lugar na tabela garantido.
O golo, e a informação adicional de um empate ainda a registar-se em Brighton, era motivo de festa em Liverpool, já que a manter-se este resultado os reds resgatavam um título que não conquistam desde 1989/90! A esperança em Anfield foi ainda alimentada por um inesperado golo de Glen Murray, que aos 27 minutos deixava os citizens a correr atrás de uma reviravolta para sonhar com o título.
Acabar com a ansiedade Se até os reds por esta altura preferiam estar atentos ao que se passava em Brighton, o City não demorou a colocar um ponto final à ansiedade de todos os adeptos. Os citizens precisaram apenas de um minuto para devolver a igualdade à partida, através de Aguero (28’) e, ainda na primeira metade, fizeram questão de voltar a colocar-se virtualmente no topo na tabela, desta feita por Laporte (38’).
Em Liverpool, o sonho ficava novamente mais distante. De tal forma que, já na segunda parte, Mahrez e Gundogan fizeram questão de colocar um ponto final às últimas esperanças vermelhas e fixaram o resultado em 4-1, com golos aos 63 e 72 minutos, respetivamente.
Do susto à goleada, o Manchester City conquistou a sua sexta Liga inglesa (17/18, 13/14, 11/12, 67/68, 36/37) e o segundo troféu da época 2018/19.
Entrentanto, em Anfield, o Liverpool venceu por 2-0, com bis de Mané, mas por essa altura já se sabia que cumprir a sua parte não era missão suficiente. Mantém-se, todavia, o sonho europeu para estes reds, que vão disputar a final da Champions com o Tottenham, depois de ambos os clubes terem garantido um lugar na decisão da prova com reviravoltas épicas que vão ficar na história do futebol.
Bónus em caso de triplete interno O City, por sua vez, também não encerrou a época. Depois de ter conquistado a Taça da Liga inglesa e o inédito bicampeonato, o emblema de Manchester vira o seu foco para mais um feito histórico: o triplete interno.
Os citizens defrontam o Watford na final da Taça de Inglaterra e em caso de vitória poderá conquistar as três principais competições disputadas em solo inglês.
A imprensa inglesa escreve que a direção do Manchester City irá oferecer um bónus de 23 milhões de euros aos jogadores se conseguirem na próxima sexta-feira (18 de maio), em Wembley, fechar a época com os trés troféus conquistados.
Está longe, aliás, de parecer uma missão impossível para Pep Guardiola e companhia, que caminham a passos largos para uma época perfeita a nível caseiro. Em boa verdade só nas provas europeias faltou um bocadinho de sorte a este City que foi eliminado pelos compatriotas spurs nos quartos-de-final da Champions, com o encontro da 2.ª mão, a par destas meias-finais, também digno de uma final.
Van Dijk supera Bernardo Silva e é eleito o jogador do ano
Ainda antes de ficar conhecido o campeão da Premier League, ficou a saber-se quem foi eleito o melhor jogador desta competição. Virgil Van Dijk (Liverpool) foi o grande vencedor nesta categoria, numa votação na qual também estava o português Bernardo Silva (Manchester City). A eleição contava, de resto, com sete jogadores: Mohammed Salah, Sadio Mané e Van Dijk (Liverpool), Bernardo Silva, Sergio Aguero, Raheem Sterling (Manchester City) e Eden Hazard (Chelsea). O defesa dos reds, de 27 anos, ultrapassou a concorrência, sucedendo assim ao seu colega de equipa, Mohammed Salah, vencedor do prémio na época passada.