Os Estados Unidos estão a delinear novos planos para a eventualidade de uma guerra com o Irão, revelou ontem o New York Times. Entre as possibilidades está o envio de 120 mil soldados para o Médio Oriente caso Teerão ataque forças norte-americanas na região ou avance com um programa nuclear militar. Um plano entretanto desmentido pelo Presidente dos EUA.
Donald Trump classificou a notícia como “fake news”. “Agora, se eu o faria, com certeza. Mas não fizemos planos para isso. Esperemos que não seja preciso fazermos planos para isso. E, se o fizermos, enviaremos muito mais tropas do que essas”, explicou o chefe de Estado.
As linhas do novo plano foram apresentadas, diz o jornal norte-americano, pelo subsecretário de Estado, Patrick Shanahan, numa reunião na semana passada com os conselheiros mais próximos do Presidente Donald Trump. No final da semana passada, Trump deu a entender estar disponível para conversações com responsáveis iranianos através da embaixada suíça em Teerão – EUA e Irão não têm relações diplomáticas desde 1980.
Caso a notícia do New York Times seja verdadeira, mostra um ainda maior endurecimento da política externa norte-americana face ao Irão, depois de ter avançado no início do mês com novas sanções, obrigando Teerão a abandonar parcialmente o acordo nuclear de 2015. Ontem, os Estados Unidos acusaram o regime xiita e grupos a si ligados de terem sabotado quatro petroleiros nas proximidades do porto de Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos. E, na segunda-feira, Trump voltou a endurecer as suas palavras contra Teerão avisando que “sofrerá bastante” se atacar interesses norte-americanos na região. “Vamos ver o que acontece com o Irão. Se fizerem algo, será um grande erro”, disse o Presidente dos EUA aos jornalistas.
Por sua vez, os países cujas bandeiras estão hasteadas nos navios optaram por uma postura mais precavida. Não acusaram ninguém por entenderem não haver até ao momento provas que liguem as sabotagens a Teerão.
Há duas semanas atrás, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, disse acreditar que Trump “não deseja a guerra” mas que poderá ser atraído para uma, dando como possibilidade a “criação de um acidente” diplomático. Sabe-se que o conselheiro de segurança nacional norte-americano, John Bolton, tem sido uma das vozes mais enérgicas para uma intervenção militar contra Teerão – Bolton pediu ao Pentágono um plano de ataque poucos meses depois de assumir o cargo.