A descoberta de que as baleias têm genes que as tornam praticamente imunes ao cancro, abre novas portas à ciência. Um estudo recente concluiu que as baleias têm um elemento genético próprio que as defende naturalmente contra os processos cancerígenos e isso pode levar a futuras experiências para travar esta doença nos humanos.
O estudo, realizado na Universidade do Norte do Arizona, nos EUA, por uma equipa de cientistas, analisou o ADN das baleias, mais concretamente de uma baleia-corcunda. Na prática, foi feita a comparação dos genes deste animal com os de outros de grande porte, marinhos, e com outros tipos de baleias, como a baleia-comum, a azul, a da Gronelândia e o cachalote.
Segundo o estudo, citado pela Visão, os seres vivos têm ciclos celulares – ou seja, um conjunto de fases pelas quais passa uma célula nas quais esta se multiplica ou se divide, gerando novas células. Quando ocorrem mutações nessas divisões, que o corpo não consegue gerir, pode surgir o cancro, tanto nas pessoas como em animais.
As baleias possuem genes cuja evolução é mais rápida do que a dos restantes mamíferos, concluiu-se. Genes que conseguem limpar e reparar o ADN. Assim, o risco de se gerarem corpos malignos é inferior ao dos outros mamíferos. O estudo conclui que são ainda portadoras de menos divisões e mutações do próprio ADN, sendo que quando as há, são mais lentas, refere a Visão.
A passagem do tempo implica mais divisões celulares e por isso cresce a hipótese de desenvolvimento de doenças oncológicas. Também a dimensão corporal tem relação direta com o aparecimento.
Ainda assim, a baleia é o animal com menos hipóteses de desenvolver cancros, mesmo sendo de grande dimensão e com uma alta esperança média de vida, podendo chegar aos 200 anos. Também nas pessoas, a idade e o peso são as características mais relevantes, que se tornam de risco.
Futuramente os cientistas querem entender o fenótipo que anula o cancro, através da continuação de estudos em baleias. O objetivo é vir a criar medicamentos, provenientes dos genes do animal, para combater e prevenir as doenças oncológicas nos humanos.