Hector Herrera apontou um golo de belo efeito que valeu o triunfo do FC Porto no clássico com o Sporting (2-1), mas que acabou por não servir de nada no que às contas do título diz respeito, dada a vitória do Benfica frente ao Santa Clara na Luz (4-1). No fim da partida, o capitão dos dragões mostrou sentir que a perda da liga acabou por ter maior percentagem de demérito dos portistas do que propriamente mérito dos encarnados.
"Tínhamos de fazer o nosso trabalho, conseguir uma vitória. Despedimo-nos em casa, com um bom jogo, uma boa vitória. Era esperar para ver o que acontecia nos outros jogos. Conseguimos a vitória, pude ajudar, estou feliz por isso. Sabíamos que tínhamos de fazer a nossa parte. Eles também a fizeram. É o futebol. Assumimos o erro, fomos nós que perdemos a Liga. Há que levantar a cabeça, preparar bem durante a semana a final da Taça, é um troféu que queremos trazer para casa", frisou o internacional mexicano, assumindo até ter sonhado fazer "um golo bonito no último jogo da época".
Garantindo sentir-se "muito orgulhoso" por pertencer ao FC Porto, que considerou "uma família", Herrera optou por não responder assertivamente quando questionado sobre se terá feito o último jogo no Dragão. "Não sei se foi despedida ou não, mas tento dar sempre o meu melhor, não costumo marcar muitas vezes. Quando tenho oportunidade, há que fazê-lo com essa euforia e, se for para alcançar um resultado positivo, ainda mais. Agradecer o carinho de todos, é um sentimento inigualável", sentenciou o médio, que termina contrato com os dragões no fim da temporada.
Já Sérgio Conceição assumiu saber que "seria muitíssimo difícil" ganhar o campeonato "por tudo o que tem acontecido nas últimas jornadas". "Independentemente do que se passasse no outro estádio, importante era ganharmos e ficarmos com os três pontos, para depois ver o que acontecia. Ganhámos, fomos justos vencedores. Pena esta parte final", lamentou, aludindo à expulsão de Corona após escaramuças com jogadores do Sporting: "Não vi, sinceramente, agressão da parte do Corona e ficamos sem um jogador extremamente importante. Acho que, até para o espetáculo, é negativo. Tenho o jogador destroçado, não pode jogar uma final para a qual trabalhou durante a época, numa situação onde não fez absolutamente nada. O árbitro disse que ele teve intenção [de agredir], mas num jogo de futebol, em momentos destes, houve muitos jogadores na escaramuça que tiveram intenção e foi o Corona o único expulso".
Questionado sobre a justiça do título encarnado, o treinador do FC Porto remeteu a resposta para "depois de sábado". "Falarei em relação a isso e a muitas coisas que têm vindo a público. Neste momento é focar no trabalho e no próximo título que temos pela frente. Passámos muitas jornadas em primeiro lugar. Fizemos, nestes dois anos, 88 e 85 pontos, ultrapassámos os 170 pontos em dois campeonatos, o que é de realçar, mas não chegou para sermos bicampeões", salientou, completando: "Por tudo o que foi esta época, que é esta paixão neste clube, entre equipa e adeptos, vivemos muito, de forma muito apaixonada, determinada, ambiciosa cada jogo, cada momento. Têm sido dois anos maravilhosos nesse sentido, infelizmente não se pode ganhar todos os títulos, queríamos muito".