Milhares de mulheres da Coreia do Norte estão a ser vítimas de tráfico de seres humanos e vendidas para escravatura sexual, na China, onde também são obrigadas a casar. Muitas são forçadas a prostituírem-se ou a protagonizar atos sexuais, em direto, durante vídeos transmitidos na Internet.
De acordo com informações avançadas pela Korea Future Initiative (KFI), uma organização sem fins lucrativos que se dedica ao resgate de cidadãos norte-coreanos que se encontram em perigo, as vítimas mais novas têm 12 anos, foram violadas e obrigadas a participar em sessões de cibersexo – conversas sexuais ou atos sexuais realizados no mundo virtual via webcam – incessantemente, passando vários dias sem comer.
"Num momento em que um capital global significativo é investido na China e, mais recentemente, na Coreia do Norte, o comércio sexual de mulheres e meninas norte-coreanas tem de ser condenado” avançou a KFI à CNN, explicando ainda que, apesar de não existirem estatísticas oficiais sobre o número de norte-coreanos que deixam o país, aproximadamente 200 mil estabeleceram-se na China nos últimos anos, de acordo com um relatório de 2014 das Nações Unidas. Sublinhe-se que 60% das mulheres norte-coreanas refugiadas no país são traficadas para o comércio sexual.
"A condenação é insuficiente. Somente atos tangíveis podem desmantelar o comércio sexual chinês, confrontar um regime norte-coreano que abomina mulheres e resgatar escravos sexuais espalhados por bordéis, cidades remotas e antros de cibersexo na China continental” partilha a KFI no seu site oficial, onde adianta ainda que a China lucra, anualmente, 105 milhões de dólares (941.934.000 euros) com as mulheres norte-coreanas.