Os EUA suspenderam por três meses as sanções que aplicaram a semana passada à Huawei, uma empresa chinesa acusada pela administração de Donald Trump de ser um cavalo de Tróia para a espionagem de Pequim. Apesar do escalar das tensões entre as duas superpotências, a suspensão das sanções possibilita uma reorganização das empresas norte-americanas que dependam de equipamento do gigante de telecomunicações. Facilitando ainda a adaptação de fornecedores de componentes eletrónicos norte-americanos que dependam de vendas à Huawei – que compra mais de 60 mil milhões de euros em componentes eletrónicos por ano.
Esta suspensão facilita a reorganização das empresas, de modo a que encontrem novos fornecedores, dando “ao Departamento (do Comércio), a possibilidade de determinar as medidas apropriadas a longo prazo para as empresas de telecomunicações norte-americanas e estrangeiras, que hoje se servem dos equipamentos da Huawei para alguns serviços essenciais”, como afirmou em comunicado o secretário do Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross.
Esta decisão vai permitir que, por agora, as empresas utilizadores de equipamentos Huawei continuem a fazê-lo. Pode ser também sinal de um regresso às negociações entre Washington e Pequim – algo no qual a Huawei é uma peça-chave.