A associação de Defesa do Consumidor, Deco Proteste, noticiou em comunicado que existe slime, um produto viscoso e colorido à venda, que é perigoso para as crianças e também concluiu que algumas das receitas caseiras podem gerar problemas de saúde. Segundo o grupo, os resultados já foram comunicados à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
A Deco decidiu comprar oito produtos diferentes e enviá-los para um laboratório especializado para averiguar a segurança química e perceber se estes constituiam algum tipo de perigo para os menores. Dos oitos produtos testados, dois apresentaram quantidades excessivas de elementos potencialmente perigosos, um com boro em excesso – Poopsie Slime Surprise e Slime Intergalactic SLI0010 – e outro com valores muito próximos do limite máximo – Nickelodeon Slime Super Stretchy.
Segundo o grupo, o boro – mais usado sob a forma de ácido bórico, é uma substância sem cor nem cheiro – está classificado, acima de certos valores, na Europa, como tóxico para a reprodução e irritante em caso de inalação ou ingestão ou em contacto com os olhos. Em excesso, pode causar diarreia, náuseas, fadiga, vómitos e cãibras.
De acordo com o comunicado da Deco, muitas das crianças preferem fazer o seu próprio slime do que comprar um na loja, devido ao divertimento e brincadeira, o que também pode ser perigoso. Existem diversas receitas no YouTube que ensinam as crianças e os pais a fazerem um slime e alguns dos vídeos contam com mais de 10 mil visualizações.
A associação decidiu averiguar se existe procura nas farmácias por boro e quando se dirigiram a um estabelecimento confirmaram que a procura pelo produto tem sido crescente. “Pagámos 1 euro por 3 gramas” afirmam no comunicado. A embalagem do produto avisa que a utilização do boro pode causar vários danos como afetar a fertilidade e que para utilizar o produto é necessário utilizar um equipamento de proteção, algo que raramente se vê nos vídeos partilhados no YouTube.
Outra das preocupações da associação é a quantidade utilizada pelas crianças na realização do produto e a mistura de substâncias que pode tornar-se perigosa. A DECO afirma que por precaução “as receitas caseiras devem ser supervisionadas por adultos, mesmo que se trate de kits de preparação e que refiram não conter ácido bórico” e que depois de brincar com o slime, “as crianças não devem comer ou beber e, ao terminarem, é importante lavarem as mãos”