Uma mulher, de 34 anos, vai ser julgada pelo crime de burla qualificada depois de, durante dois anos, fingir que estava a lutar contra um cancro no útero, nos pulmões e nos ossos, e de ter angariado mais de 20 mil euros em campanhas solidárias, em Albufeira.
Segundo a acusação do Ministério Público, "durante mais de dois anos a arguida viveu dos fundos que obteve com a falsa alegação de que tinha uma doença oncológica em fase terminal". Daniela Costa começou por persuadir “conhecidos e familiares, incluindo os seus filhos e companheiro” e, posteriormente, conseguiu que “várias pessoas, por solidariedade, lhe entregassem elevadas quantias para a ajudarem, designadamente nos supostos tratamentos".
A arguida “terá chegado a rapar o cabelo, a tirar fotografias em instituições de saúde especializadas no tratamento da doença, a simular feridas". De acordo com a acusação, foram ainda feitas “campanhas em redes sociais e organizadas festas cujos lucros reverteram para a arguida" no valor de "pelo menos duas dezenas de milhares de euros".
Em outubro do ano passado, Daniela Costa foi desmascarada numa das suas idas à Fundação Champalimaud, em Lisboa, onde se dirigia várias vezes para manter a farsa. Depois de levantar suspeitas, a PSP foi alertada e a mulher acabou por ser levada para a psiquiatria.
Daniela não sofria de quaisquer problemas oncológicos e foi-lhe diagnosticada uma perturbação psíquica.