As eleições europeias arrancam esta quinta-feira no Reino Unido. A ida a votos está a ser marcada por duas situações inéditas: a demissão de um membro de Governo na véspera do momento eleitoral, e o facto de estarem a eleger deputados europeus quando tentam sair da União Europeia (UE).
Depois de Theresa May ter apresentado o seu quarto plano de saída da UE, esta terça-feira, vários deputados e membros do seu próprio Governo perderam finalmente a paciência. Ontem, Andrea Leadson, líder da bancada torie, deixou o Governo depois do anúncio de May.
“Tenho apoiado o Brexit nos últimos três anos e não consigo, enquanto líder da Câmara dos Comuns com responsabilidades pela legislação, defender propostas e anunciar um plano com o qual não concordo”, justificou a líder da bancada conservadora.
É neste cenário que o Partido Conservador, historicamente a maior força da direita, aparece com uns incríveis 7% das intenções de voto, em quinto lugar. Já o Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn, está com 13%, em terceiro lugar, enquanto Nigel Farage, do Partido do Brexit, parece capitalizar com este caos político, tomando a liderança nas sondagens de ontem, com uns insólitos 37%.
As sondagens indicam que o sentido de voto dos eleitores tem sido mais definido pelo seu posição quanto ao referendo do Brexit, em 2016, do que pela sua preferência partidária – mostrando como a saída da UE tem fraturado o país.