Abstenção sempre a aumentar

Portugal está entre os países com maior abstenção. Nas últimas eleições só votaram 33,8% dos eleitores. Na Eslováquia só participaram 13%, mas na Bélgica quase toda a gente vota.

Nos últimos vinte anos, a abstenção tem vindo sempre a crescer nas eleições europeias. Em 1999, ano em que o PS apresentou uma lista liderada por Mário Soares e venceu com 43% dos votos, a abstenção desceu e ficou-se pelos 60%, mas desde aí que tem vindo sempre a aumentar.

Nas últimas eleições, em 2014, só votaram 33,8% dos eleitores. Contas feitas, quase seis milhões e meio de portugueses ficaram em casa e optaram por não votar. Os números são quase trágicos e colocam Portugal entre os países com maior abstenção.

A média europeia foi 42,5%, mas há realidades muito diferentes dentro do espaço europeu. A Eslováquia, que elege 13 deputados para o Parlamento Europeu, foi o país com a mais baixa taxa de participação, ou seja, só 13% dos eleitores votaram. Polónia (76%), República Checa (81%), Letónia (69%), Hungria (71%) e Croácia (74%) estão à frente de Portugal.

Mas também há bons exemplos. Na Bélgica mais de 90% dos eleitores foram votar e no Luxemburgo a taxa de abstenção foi de apenas 14%. Países como a Malta (25%), Grécia (40%), Dinamarca (43,%) ou a Irlanda (47%) também registam taxas de participação superiores a 50% dos eleitores.

 

Primeiras eleições foram as mais participadas

Os portugueses já foram chamados a votar para o Parlamento Europeu sete vezes. A maior participação foi logo nas primeiras eleições que se realizaram em 1987. Só 27,58% dos eleitores optaram por não votar numas eleições que se realizaram no mesmo dia das legislativas. Dois anos depois, em 1989, os portugueses voltaram a ser chamados a votar, mas já não mostraram o mesmo entusiasmo e quase 49% dos eleitores ficaram em casa.

Cinco anos depois, nas europeias de 1994, a abstenção atingiu pela primeira vez níveis preocupantes e registou quase 65%. Ainda desceu nas eleições seguintes para os 60%, mas voltou a subir e nas últimas bateu o record com 66% dos eleitores a optarem por não votar.