A agência de notação Fitch reviu em alta a sua perspetiva sobre o rating da República Portuguesa de “estável” para “positiva”.
De acordo com o ministério das Finanças, a revisão "é atribuída à consolidação orçamental estrutural e à trajetória de redução do rácio da dívida pública sobre o PIB daí decorrente", acrescentando ainda que a agência de notação salienta que o processo de consolidação orçamental se tem traduzido em excedentes primários sustentados que têm contribuído para a diminuição do rácio da dívida pública de um máximo de 130.6% em 2014 para 121.5% no final de 2018; e projeta a continuação desta tendência, estimando que aquele rácio diminua para perto de 100% do PIB em 2023.
Ao mesmo tempo, a Fitch valoriza a melhoria das condições no setor financeiro, "realçando a diminuição das responsabilidades contingentes do Estado, em particular no seguimento da venda do Novo Banco em 2017, e a redução do rácio do crédito malparado de um máximo de 17.9% em junho de 2016 para 9.4% no final de 2018", diz no mesmo comunicado.
"A recente desaceleração do crescimento económico é atribuída à menor dinâmica económica da zona euro. Por outro lado,no curto-prazo, a Fitch considera que a procura interna contribuirá para sustentar o crescimento, destacando o potencial das alterações efetuadas no IRS para sustentaro rendimento disponível das famílias e por essa via a procura interna; bem como a expectativa de aceleração do investimento ao longo dos próximos anos, em parte refletindo uma maior absorção de fundos estruturais da União Europeia.Estas expectativas estão, aliás, em linha com a informação publicada recentemente pelo INE, que revela que a aceleração do crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2019 traduz um aumento mais pronunciado da procura interna e, particularmente, do investimento, que mais do que compensou a diminuição do contributo para o crescimento proveniente do comércio internacional.A evolução recente da taxa de juro das obrigações da República Portuguesa a 10 anos no mercado secundário está, pela primeiravez, abaixo de 1%, um valor sem paralelo histórico;e o diferencial face a Espanha tem também vindo a reduzir-se ao longo de 2019", refere.