O avião tinha acabado de aterrar em solo português, vindo do Congo, quando os inspetores do SEF que estavam de serviço no aeroporto de Lisboa detetaram algo de estranho com duas passageiras: uma mulher e uma criança. Os inspetores começaram por abordar a mulher questionando qual o grau de parentesco da criança, tendo esta afirmado que era sua filha.
O caso era complexo: nenhuma se fazia acompanhar de documentos que provassem a legalidade das identidades que verbalmente eram declaradas e que constavam na lista de passageiros do voo que aterrou em Lisboa.
Para perceber melhor a história, o SEF consultou formalmente os sistema europeus de vistos, onde a identidade da mulher aparecia com vários pedidos, todos eles recusados pelos países.
Após toda a confusão gerada em torno da identidade das passageiras, a mulher acabou por confessar, “em conversa informal”, ao SEF, que não era a mãe criança, mas sim tia. E adiantou que os passaportes de ambas teriam ficado com um cidadão de nacionalidade congolesa e que estavam a entrar no nosso país para turismo.
Mas as suspeitas das autoridades mantinham-se e confirmaram-se quando a menina de nove anos, abordada, garantiu não ter qualquer tipo de ligação à mulher que a acompanhava. E disse mais: que os seus pais verdadeiros tinham ficado Congo.
O SEF informou hoje numa nota enviada à comunicação social que se “desconhece, para já, os titulares do poder parental e o seu paradeiro, bem como as reais intenções do propósito da viagem”.
Segundo a autoridade fiscalizadora das fronteiras, “Esta situação enquadra-se no modus operandi que consiste na aquisição de bilhete de viagem para destino que permita trânsito em Schengen, sem necessidade de visto de escala, apresentando-se, posteriormente, na fronteira nacional sem documentos.”
A criança menor foi ouvida no DIAP de Lisboa e encaminhada para uma casa segura. Já a mulher adulta que reiterava ser mãe da criança ficou detida e será hoje presente às autoridades judiciais.