Uma mulher foi acusada de profanação do cadáver do pai. A suspeita é ainda acusada pelos crimes de burla tributária e burla informática.
O caso remonta a 2016. Segundo a acusação do Ministério Público (MP), citada pela Lusa, o corpo da vítima foi encontrado em avançado estado de decomposição, em sua casa, depois de a sobrinha da suspeita ter apresentado queixa. A sobrinha decidiu apresentar queixa após “ter conhecimento de que o veículo do seu avô estava estacionado no parque de estacionamento, há bastante tempo, com sinais de abandono e sem pagamento em dia”.
"Não foram encontrados sinais de arrombamento, a porta da entrada estava trancada, o corpo foi encontrado no chão da cozinha coberto por pó de cor castanha e a porta da cozinha estava fechada à chave pelo lado do corredor, com a chave na porta”, indica o MP.
Sem provas de que se tratou de um homicídio, o MP acabou por acusar a filha da vítima de profanação de cadáver, já que esta viveu durante, pelo menos, meio ano com o cadáver do pai. A suspeita terá coberto o corpo com “café e chocolate em pó”, continuando a viver normalmente naquela casa, revela o MP.
Depois de a vítima ter morrido, a arguida “não informou os familiares da sua morte, como podia e devia” e não “participou a morte às autoridades públicas competentes”. Por essa razão, a pensão da vítima continuou a ser depositada, passando a arguida a usar o dinheiro.
Segundo a acusação, a suspeita sofre de psicose esquizofrénica paranoide crónica, sendo considerada "perigosa".