O Hospital de Vila Franca de Xira negou, num comunicado enviado ao SOL, ter internado pessoas em casas de banho, desmentido assim a deliberação da Entidade Reguladora da Saúde.
"O Hospital Vila Franca de Xira não interna doentes em instalções sanitárias", começa por referir a nota.
Em resposta às alegações, o Hospital confirma ter internado utentes em refeitórios e corredores mas defende-se, dizendo que a utilização dos refeitórios está prevista "no âmbito dos planos de contingência", em situação em que a capacidade de internamento se encontrava esgotada, o que ocorre nos períodos entre outubro e março de cada ano.
"Como é do conhecimento público, o sub-dimensionamento das alas de internamento é uma realidade com a qual o Hospital Vila Franca de Xira se debate há diversos anos e já foram comunicadas às entidades competentes que estão devidamente informadas sobre as alternativas criadas em casos de grande afluência de utentes ao hospital" escreveram no comunicado.
A entidade reguladora vai contra a defesa do hospital e afirma que "a utilização dos refeitórios para internamento de utentes não é uma medida excecional e não tem qualquer relação com o aumento de procura dos serviços do hospital".
O hospital assegurou à agência Lusa que “apesar dos constrangimentos” há a "garantia de que nenhum utente deixa de ter o tratamento que lhe é devido pelo facto de dispor de uma alocação temporariamente menos cómoda" mas, mais uma vez, a entidade recusa.
A decisão por parte da reguladora foi dar 30 dias ao Hospital de Vila Franca de Xira para dar conta dos procedimentos que adotou e caso não acate as instruções pode ser punido com uma contraordenação que pode ir desde os mil euros a 44,8 mil euros.
O Hospital de Vila Franca de Xira é gerido, em regime de parceria público-privada, pela Escala Vila Franca Sociedade Gestora do Estabelecimento, cujo principal acionista é o grupo José de Mello Saúde.
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