A assessora do juiz Ivo Rosa no caso Operação Marquês já foi escolhida. O Conselho Superior de Magistratura (CSM) revelou esta quarta-feira que a juíza Andreia Valadares vai ajudar Ivo Rosa pelo “período de tempo necessário” no caso.
A escolha da juíza foi feita com base nos “poderes de gestão” do CSM, explica o órgão numa nota enviada à Lusa.
O CSM revela ainda que a Andreia Valadares “já iniciou funções” de assessoria.
O caso tem mais de 53 mil páginas, 77 mil páginas de documentos bancários, mais de sete mil transcrições de escutas telefónicas e cerca de 140 volumes de apensos. Por essa razão, Ivo Rosa pediu ao CSM um assessor para o ajudar a analisar os documentos.
A Operação Marquês tem, no total, 28 arguidos: 19 pessoas e nove empresas. Vários pediram a abertura da instrução, entre os quais José Sócrates, José Paulo Pinto de Sousa – primo do exprimeiro-ministro -, Henrique Granadeiro, Bárbara Vara, empresas do grupo Lena e a sociedade Vale do Lobo Resort Turístico de Luxo. Já Ricardo Salgado – ex-banqueiro que é acusado de 21 crimes de corrupção ativa de titular de cargo político, corrupção ativa, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada – fez saber, na altura em que abriu o prazo para os arguidos requererem a abertura da fase de instrução, que não o iria fazer, decisão que justificou dizendo que estava impedido de se defender por falta de segurança dos ficheiros das escutas e por existir uma grande probabilidade de ser o juiz Carlos Alexandre "a dirigir a instrução.
O ex-primeiro-ministro José Sócrates é o principal arguido do processo e chegou mesmo a estar preso preventivamente quase durante um ano. É acusado de 31 crimes de corrupção passiva, falsificação de documentos, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.