CDS-PP/Braga rejeita Telmo Correia para o distrito

Altino Bessa também critica a líder Assunção Cristas

O presidente do CDS-PP Concelhio de Braga, Altino Bessa, revelou esta quarta-feira que aquela estrutura rejeita a continuidade de Telmo Correia como cabeça de lista no distrito de Braga, alegando com o balanço que considera negativo aos seus três últimos mandatos e afirmando que o deputado centrista se “demitiu”, das suas responsabilidades com Braga.

A propósito da escolha de candidatos para as eleições legislativas de 6 de outubro, Altino Bessa vem a público dar conta do clima de insatisfação que se vive há algumas semanas, interrogando “por que razão o cabeça de lista pelo distrito se mantém, mesmo dando provas de que não merece representar este território”.

Sobre os dez anos de Telmo Correia como cabeça de lista pelo distrito de Braga, Altino Bessa afirma que “nesta linha temporal muito podia ter sido feito, mas a opção passou por negligenciar o distrito”, considerando ainda que “como o cabeça de lista pelo distrito exerceu três mandatos inócuos, vazios de presença, de tenacidade, de interesse pelas problemáticas que assolam o território, já que em três mandatos poucas foram as vezes em  que o referido deputado se deslocou ao território para estar e ouvir as ‘suas’ gentes, num esforço de perceber a realidade que está à superfície”.

Altino Bessa critica ainda “a demissão das responsabilidades que lhe foram confiadas e que deveria ter honrado enquanto deputado pelo distrito, mas não correspondeu, no que à defesa do território diz respeito, às aspirações dos militantes do concelho de Braga”, salientando que “insistir na designação de um deputado que durante três mandatos não zelou pelo distrito parece-nos errático e de uma tremenda incoerência com a estratégia pensada para o território”.

“Enquanto deputado eleito pelo Círculo Eleitoral de Braga, Telmo Correia podia ter tido uma influência assaz profícua no desenvolvimento do território, mas optou por se demitir da incumbência que lhe foi atribuída, abandonando a área territorial que representa, salta à vista de  todos, uma vez que o resultado de dez anos foi um retrocesso no trabalho pelo território”, salienta Altino Bessa, também vereador na Câmara Municipal de Braga.

“Os deputados são chamados a legislar sobre domínios do interesse público, do bem maior que, neste caso, é o distrito, mas no caso da escolha do cabeça de lista para o distrito de Braga o balanço é claro, por mais que seja duro reconhecê-lo, não é a escolha certa para cumprir um quarto mandato pelo distrito”, acrescenta Altino Bessa.

“Insensatez” de Assunção Cristas

Altino Bessa critica também a posição nesta matéria da presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, já que depois de um anterior conselho nacional partidário “as decisões posteriores foram, no mínimo, caricatas, aprovando as listas de deputados às legislativas, na nossa ótica, de forma leviana e insensata, para além de ter vindo introduzir um tema que só deveria ser tratado após as eleições europeias”.

“Esta decisão veio prejudicar claramente a dinâmica da pré-campanha, levantando um coro de críticas de norte a sul do país, pelas escolhas apresentadas, centrando-as no Largo do Caldas, refletindo total cegueira territorial”, acrescenta Altino Bessa, salientando que “almejei e confiei que soubessem encontrar para Braga, nos seus mais de 780 mil eleitores alguém que possuísse a dita qualidade e proximidade com o distrito e fosse o garante  da representação deste no Parlamento”.

“Recuso-me a aceitar que a lógica de distribuição de deputados pelo país esteja focada numa distribuição centralizada em Lisboa”, refere ainda Altino Bessa, classificando como “escolha parca e/ou irrefletida e visto que a prioridade tem que ser o interesse público plasmado no território nacional, proponho assim que a Concelhia de Braga não apresente candidato para a lista das próximas legislativas, caso não seja alterada a decisão quanto ao cabeça de lista já apresentado”, conclui Altino Bessa referindo-se a Telmo Correia.